“Vou ser muito claro: As eleições têm uma primeira escolha que é saber quem é o primeiro-ministro, um que já conhecem, e outro é o Dr. Rui Rio. Mas, depois, há outra escolha fundamental que é saber com que condições é que se ganham as eleições”, apontou.
António Costa, que falava no final do encontro promovido pela Juventude Socialista, em Lisboa, para apresentar o seu manifesto eleitoral – ‘As nossas ideias’ – vincou a trajetória de progresso de que o país beneficiou nos últimos seis anos, observando, também, que a opção dos partidos da esquerda parlamentar, ao chumbar o Orçamento e precipitar eleições, deixou claro que só o PS oferece a garantia de que esse caminho é para prosseguir.
“Com a autoridade de ter dito em 2019 que era possível trabalharmos à esquerda para construir uma maioria sólida, duradoura e estável, há uma coisa que tenho de constatar: Em 2019 isso já foi assim-assim; em 2020 ainda mais assim-assim; e em 2021, manifestamente, não existiu”, afirmou. No futuro, a médio ou longo prazo, acrescentou António Costa, “porventura”, até haverá nova solução à esquerda entre PS, Bloco de Esquerda e PCP, mas “agora não há”.
“Por isso, a forma de termos maioria é sermos nós a maioria. Para isso, temos mesmo de mobilizar os portugueses. Não podemos andar em eleições de dois em dois anos e não podemos andar a governar porque nos fazem o favor de nos viabilizarem o Orçamento durante dois anos”, afirmou.
Na sua intervenção, perante uma plateia de várias centenas de jovens, o líder socialista sublinhou que, nas eleições legislativas do próximo dia 30 de janeiro, estará também em jogo o desafio de que Portugal “não pode parar e que os jovens não podem esperar que o país se atrase mais”.
Traçando, aqui, uma linha clara de demarcação em relação ao PSD, lembrando que este partido preconiza mesmo o “congelar da evolução de aumento do salário mínimo”, o líder socialista contrapôs o empenho do PS no combate pela elevação global dos salários, valorizando, em particular, as gerações mais jovens e qualificadas do país.
Do mesmo modo, assegurou, que as propostas inscritas no Orçamento – que os partidos à direita e à esquerda chumbaram – de apoio e desagravamento fiscal para os mais jovens, serão igualmente retomadas, e com efeitos retroativos, por um novo Governo do PS.
“Para isso é fundamental uma maioria estável e duradoura, que só é possível assegurar com o PS”, sublinhou António Costa, acrescentando que este é um combate que exige uma grande mobilização de todos os socialistas.