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SNS precisa de menos justificações do Governo e mais respostas concretas

SNS precisa de menos justificações do Governo e mais respostas concretas

Preocupado com a resposta tardia que está a ser dada no Serviço Nacional de Saúde (SNS) “aos mais frágeis dos frágeis”, as crianças doentes, Pedro Nuno Santos exige que o primeiro-ministro venha a público explicar o que o executivo está a fazer para resolver a situação de agravamento progressivo nos tempos de espera para cirurgias pediátricas.

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Falando ontem, na sede nacional do Partido Socialista, após a reunião que manteve com representantes da Acreditar – Associação de Pais e Amigos de Crianças com Cancro, em véspera do Dia Mundial da Luta contra o Cancro, que se assinala esta terça-feira, o Secretário-Geral do PS não poupou críticas ao chefe do Governo da AD, a quem apontou falhas no cumprimento de promessas numa área extremamente sensível.

“No que diz respeito à doença oncológica, a informação que nos é dada – e para a qual não temos dados do governo que nos permitam confrontar – é que as crianças estão à espera de cirurgia oncológica para lá do tempo recomendado, o que faz com que muitas acabem por prolongar os ciclos de quimioterapia”, afirmou o líder do PS, alertando para que tal prolongamento implica “riscos muitas vezes permanentes” para a vida dos pacientes.

Lembrando que, em agosto do ano passado, Luís Montenegro prometera dar prioridade ao tratamento oncológico e à cirurgia oncológica, Pedro Nuno Santos salientou que, em menos de dois meses passados sobre aquelas declarações, “voltávamos a ter mais de mil pacientes à espera para lá do tempo máximo recomendado”.

Depois, evidenciou que “o governo não está a conseguir resolver problemas” em vários setores da Saúde, falhando também na resposta às crianças com cancro, uma vez que os tempos de espera para cirurgia oncológica em pacientes em idade pediátrica não só não estão a ser cumpridos, como têm aumentado.

“Ora, um país que não consegue cuidar das suas crianças, não consegue cuidar de ninguém”, vincou o Secretário-Geral socialista, insistindo em que Montenegro precisa prestar esclarecimentos sobre “o tempo de espera para cirurgia oncológica pediátrica”.

Neste ponto, fez notar igualmente que esse tipo de cirurgia só é realizado no setor público, pelo que, “a receita sistemática do governo de recorrer ao privado não dá sequer para ser aplicada neste caso”.

“Portanto, precisamos de uma resposta por parte do governo: saber não só o ponto de situação, mas o que está a ser feito ou ponderado para resolver um problema que é grave”, reforçou o líder do PS.

Desculpas do Governo são “inaceitáveis”

Perante os jornalistas, Pedro Nuno Santos condenou também as recentes declarações da ministra da Saúde a propósito do alegado atraso de Portugal em matéria de cuidados paliativos devido à falta de investimento nos últimos anos.

“É inaceitável que a ministra se comporte como uma ministra sombra que critica o que governo anterior fez”, atirou Pedro Nuno Santos, lembrando que “já passaram 10 meses e aquilo que se espera de um governante não é que se desculpe com o passado, mas que apresente soluções para os problemas do presente”.

“Tem de responder pelo que faz. E se há problemas que vêm do passado (…), aquilo que se esperaria era o início da sua resolução, isto é, o desagravamento desses problemas. Mas estamos a assistir precisamente ao contrário, ao agravamento desses problemas”, resumiu.

Reiterando ser “urgente esclarecer os portugueses sobre os atrasos nas cirurgias oncológicas pediátricas que têm comprometido o tratamento das nossas crianças”, Pedro Nuno Santos frisou ser inadmissível que o atual executivo pretenda continuar a desculpar-se com os governos do PS, deplorando ainda informações recentes que dão conta da falta de acesso de crianças aos cuidados paliativos.

“Este é mais um retrato de uma governação que falha onde devia liderar com dignidade e humanidade. Enquanto as crianças esperam, o governo dá desculpas em vez de soluções. O SNS não precisa de justificações, mas de respostas concretas”, rematou.

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