SmartCities – uma nova vida para as cidades, focada nas pessoas
De acordo com um estudo da ONU, em 2050, mais de 70% da população mundial viverá em cidades, o que coloca grandes desafios aos decisores políticos na gestão dos territórios, na sustentabilidade dos recursos e na qualidade de vida das pessoas.
A construção das cidades inteligentes ou territórios inteligentes está na agenda política da União Europeia, na Estratégia 2020 para um crescimento inteligente, sustentável e inclusivo, e tem vido a ser implementada pelos Estados Membros, quer nos programas de Governo, quer nas políticas locais e regionais.
O conceito, em fase de construção/adaptação, a cada realidade territorial, não pode estar, exclusivamente focado, no uso das TIC’s (tecnologias de informação e comunicação), como paradigma de modernidade das cidades, não pode acentuar a “brecha tecnológica, excluindo cidadãos, com menor nível de conhecimento e uso das tecnologias. O défice de skills tecnológicos não pode deixar ninguém para trás, ou criar novas formas de exclusão social.
O desafio das cidades inteligentes é o de combinar uma administração pública eficiente, transparente, focada nas pessoas, com soluções tecnológicas e sistemas inteligentes de gestão das águas, resíduos, iluminação pública, mobilidade, educação, saúde, criando sistemas de interface com os cidadãos, adaptados às suas condições. Estimular e motivar a participação dos cidadãos nos processos de decisão da gestão do território é central numa cidade inteligente.
Uma Smart City é um lugar onde a tecnologia se torna viva (Peter Sany, CEO do TM Forum (TeleManagement), onde a tecnologia está ao serviço da competitividade económica, da sustentabilidade ambiental e da qualidade de vida dos cidadãos.
É também um espaço de integração de género, e por isso a ONU/Mulheres, defende as cidades 50/50 e refere que uma cidade inteligente não é penas uma cidade eficiente e sustentável, na vanguarda da tecnologia, uma cidade inteligente deve focar-se nos direitos humanos dos seus cidadãos e colocar a igualde de género no centro da sua ação politica. Uma cidade inteligente será uma cidade gerida paritariamente, por mulheres e homens.
Portugal está colocado em 15º lugar no índice que mede o progresso da digitalização na EU, através da conetividade, capital humano, utilização da Internet, integração de tecnologias e serviços públicos digitais (DESI, Bruxelas, 2017). De acordo com os últimos resultados do Bareme Internet, (2016) o estudo de referência sobre a penetração da internet na população nacional, Portugal conta já 5.7 milhões de utilizadores da Internet e 4.5 milhões de utilizadores de redes sociais, dados que conferem um perfil digital aos portugueses.
Para isso, muito têm contribuído os sucessivos programas de Governos Socialistas, de que o Simplex é referencia fundamental, a aposta da modernização dos serviços públicos, na desmaterialização de atos administrativos ou no lançamento do “Portugal INCode 2030”, uma iniciativa que junta Estado, empresas, instituições de ensino e IT que visa reforçar as competências digitais nacionais.
Para os decisores políticos locais importa entender as componentes básicas das soluções tecnológicas, necessárias ao seu território – infraestrutura de conetividade – redes de Internet de banda larga, comunicações fixas/móveis, para receber e enviar dados, interfaces de comunicação (serviços, portais, web, aplicativos móveis), para enviar e receber informação dos cidadãos e das empresas, sensores e dispositivos conectados, que captem diferentes sinais, centros integrados de operação, plataformas de dados abertos e governo eletrónico, que favorecem a gestão participativa e a transparência das decisões politicas
O movimento das cidades inteligentes já está em marcha, pela mão de muitos autarcas socialistas que estão a integrar a inovação e a tecnologia em municípios urbanos e rurais, dando passos decisivos nesta nova era das cidades.
São tempos de mudança e de desafios para o próximo ciclo politico do Poder Local, são os novos paradigmas na gestão dos territórios a que os autarcas socialistas não deixarão de responder – uma nova vida para as cidades, focada nas pessoas.