“A situação que se vive, nomeadamente na Península de Setúbal e na Grande Lisboa, é de um autêntico caos”, criticou José Luís Carneiro, apontando especificamente dificuldades nos serviços de obstetrícia, ginecologia e pediatria, e notando que “as grávidas têm direito a respostas previsíveis, seguras e atempadas, e isso não está a acontecer”.
Falando à margem da visita que realizou a Toronto e Montreal, junto da comunidade luso-canadiana, o líder socialista não deixou de manifestar preocupação com um dos temas mais prementes da vida nacional, observando que as recentes manifestações em defesa do SNS, promovidas pelas comissões de utentes e estruturas sindicais, “têm fundamento, têm legitimidade e são expressão de uma preocupação real das populações”, criticando a ausência de esclarecimentos por parte do executivo de Luís Montenegro.
“Volto a perguntar ao Governo onde está a proposta que lhe fizemos em julho para a gestão coordenada da emergência hospitalar. O primeiro-ministro tem o dever de responder ao PS e de explicar ao país por que razão a proposta não mereceu qualquer avaliação ou decisão”, disse.
Reiterando que “a saúde é a primeira prioridade política do PS e deve ser a primeira prioridade para qualquer governo”, José Luís Carneiro defendeu que é imprescindível conseguir “aproximar as respostas das populações”, através do reforço dos centros de saúde e do aperfeiçoamento da articulação entre os cuidados primários e os cuidados hospitalares.
“Só é possível reformar o Serviço Nacional de Saúde se formos capazes de capacitar os cuidados primários, valorizando a saúde pública, os cuidados no domicílio e na comunidade, e garantindo que algumas especialidades médicas são oferecidas nos próprios cuidados primários”, afirmou.
“A saúde, a habitação, a melhoria dos rendimentos e dos salários, o trabalho digno, os transportes e a mobilidade são prioridades essenciais, mas a saúde está entre as primeiras prioridades de um programa de governação responsável”, reforçou o líder do PS.