Lembrando que a “crise internacional de 2008 deixou a nu as debilidades dos sistemas bancários de vários Estados-membros”, Rui Lage frisou que, “como resposta, a União Europeia começou a edificar, em 2012, uma União Bancária para precaver os bancos nacionais face a futuras crises e minimizar o perigo de contágio e de perdas para os depositantes e para as economias”, tendo sido criados, então, um Mecanismo Único de Supervisão e um Mecanismo Único de Resolução Bancária.
“Amparado nestes dois pilares, o setor bancário europeu revela-se hoje mais estável e precavido como ficou patente no período da pandemia e durante o pico da crise energética causada pela invasão da Ucrânia”, sustentou.
O vice-presidente do Grupo Parlamentar do Partido Socialista mencionou depois que “está em negociação na União Europeia um pacote legislativo para reforçar o quadro comum de gestão de crises bancárias e de salvaguarda de depósitos nacionais, que vai passar a abarcar entidades como por exemplo escolas, hospitais ou universidades”, algo que considerou um “passo importante, mas que fica aquém do necessário para proteger as poupanças das pessoas”.
Durante a apresentação do projeto de resolução do PS, Rui Lage salientou a importância de se “concluir a União Bancária com o seu terceiro pilar”, ou seja, o Sistema Europeu de Garantia de Depósitos com o correspondente Fundo de Garantia.
“Do que se trata é de uma mutualização gradual dos fundos disponíveis para reembolsar os depositantes até 100 mil euros em caso de resolução ou liquidação de um banco, quebrando-se assim um nexo entre a segurança dos depósitos e a localização geográfica dos mesmos, e a saúde financeira de cada país”, explicou.
No final da sua intervenção, Rui Lage defendeu que, “numa altura em que a banca é notícia pelos lucros que obtém à conta da inflação e das subidas das taxas de juro, com as consequências que conhecemos na vida das famílias”, o Grupo Parlamentar do PS acredita que “é importante, do ponto de vista político, que um Parlamento nacional apoie uma recomendação ao Governo para que este se bata pela criação de um Sistema Europeu de Garantia de Depósitos não só como uma peça-chave da União Bancária, mas como a sua peça mais humana”.