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Sintra presta homenagem à memória da Menina Girassol

Sintra presta homenagem à memória da Menina Girassol

Sintra está de luto. A escritora e caricaturista Maria Almira Medina, decana da vida cultural sintrense, faleceu esta segunda-feira, após uma vida dedicada à escrita, às artes e ao jornalismo.
Sintra presta homenagem à memória da Menina Girassol

A “Menina Girassol”, nome de um dos seus livros mais aclamados, foi uma figura incontornável dos últimos setenta anos na intervenção cultural e artística, começando ainda jovem, em 1934, a colaborar com seu pai, António Medina Júnior, no Jornal de Sintra.

Uma das intervenientes no primeiro Baile das Camélias, organizado pela Sociedade União Sintrense, “cantando canções em americano” como se lhe referiu a imprensa da época, ganhou vários prémios na área da pintura, caricatura – Prémio Nacional de Caricatura em 1954 – e poesia. Professora e jornalista, depois do falecimento de seu pai, dirigiu o Jornal de Sintra, durante os anos 80.

“Maria Almira Medina deixou-nos após uma vida longa e repleta. Personalidade sintrense, professora e educadora, que influenciou várias gerações de sintrenses, pautou uma vida dedicada à literatura, à caricatura, ao jornalismo e às artes”, recordou Basílio Horta, presidente do município.

Basílio Horta afirmou ainda que a Câmara Municipal de Sintra “presta homenagem à memória de uma grande figura da Sintra contemporânea, com o conforto de saber que a sua obra e legado ficarão para sempre nos nossos corações”.

Conheci Maria Almira Medina há largos anos num Congresso sobre a Língua Portuguesa, patrocinado pelo saudoso Professor Lindley Cintra. Mais tarde, durante os oito anos em que fui Presidente da Câmara de Sintra, tive o privilégio de com ela privar assiduamente, de a conhecer melhor, enquanto mulher, escritora, pintora e amiga. Contei sempre com o apoio desta mulher de Cultura, artista eclética, que amava a vida e o Belo. Era uma personalidade singular. A sua aparência frágil não conseguia esconder a vivacidade do olhar e a força da sua determinação. Sintra perdeu uma das suas grandes referências culturais. Eu perdi uma amiga que muito admirava. Fica-nos a obra e a saudade desta mulher talentosa e admirável.

Edite Estrela