“Melhor ambiente também é ter menos dependência de países e combustíveis que não controlamos”, alertou o socialista durante o período de declarações políticas, esta quarta-feira, assegurando que “é possível crescer economicamente sem aumentar as emissões”, como o demonstrou Portugal quando “reduziu as suas emissões 4,8% ao mesmo tempo que o PIB aumentou 4,9%”.
O coordenador dos deputados do PS na Comissão de Ambiente e Energia defendeu que “temos de promover uma transição justa, focada na criação de postos de trabalho e na requalificação das profissões atuais”. Foi por isso que o Governo criou o Simplex, aprovando “um conjunto de medidas de simplificação para o licenciamento ambiental mais rápido e fácil com o objetivo de acelerar as respostas a grandes desafios ambientais, economia circular, escassez de água, a transição para as energias renováveis e a descarbonização da economia”, explicou.
Ricardo Pinheiro afirmou em seguida que a energia verde será “essencial para a produção de gases renováveis” e que Portugal será um “exportador líquido de gases renováveis, por Sines ou pelo projeto do gasoduto para o centro da Europa”.
Ora, o “corredor de energia verde foi uma aposta de sucesso, que reforça a centralidade do nosso país na equação energética europeia”, congratulou-se.
O vice-presidente da bancada do PS sublinhou que “Portugal conseguiu conter os preços da energia para as famílias e empresas mais expostas, reduzindo o preço de mercado da eletricidade em 15%”.
Ricardo Pinheiro esclareceu que no próximo ano prevê-se “uma injeção financeira nos preços do gás e da eletricidade de cerca de três mil milhões de euros no setor industrial e de cerca de 3,3 mil milhões de euros para os consumidores domésticos”, tendo o Governo garantido que em 2023 “os consumidores domésticos de eletricidade terão apenas um aumento de 1,1% e, no caso do gás, de 3,9%”. “Isto é proteger as empresas e proteger as pessoas”, asseverou.
Para o deputado socialista é ainda importante equacionar a criação e regulamentação do “mercado voluntário de carbono, de forma a garantir que, em Portugal, os territórios e atividades mais sustentáveis geram ativos ambientais, mas também económicos”.
“Ao mesmo tempo, devemos mobilizar o setor privado, empresas e indústrias a trabalharem para a neutralidade nas suas atividades”, ou mesmo “privados que façam investimentos de transição energética, como comprar um carro elétrico”, podendo vir a ser remunerados por investirem em atividades neutras e que capturem carbono, sugeriu.