Sete concelhos afetados vão ser alvo de um projeto-piloto
O primeiro-ministro, António Costa, anunciou hoje que os sete concelhos afetados pelos incêndios que afetaram o interior da região Centro vão ser alvo de um projeto-piloto de reordenamento da floresta.
O Governo pretende “utilizar este território para fazer um projeto-piloto no reordenamento da floresta, na revitalização do interior”, afirmou António Costa, após uma reunião em Pedrógão Grande, distrito de Leiria, com os presidentes dos sete municípios afetados: Pedrógão Grande, Figueiró dos Vinhos, Castanheira de Pera, Pampilhosa da Serra, Góis, Penela e Sertã.
“A coisa pior que pode acontecer é que a floresta volte a crescer como estava. Todos hoje sabemos bem que deixar a floresta crescer livremente é criar condições para que ela seja combustível e que não seja aquilo que deve ser – uma fonte de riqueza e de valorização económica”, disse o chefe do Governo.
O primeiro-ministro adiantou hoje que a próxima reunião de trabalho com os municípios afetados pelos incêndios na região Centro vai decorrer a 19 de julho, na Sertã, distrito de Castelo Branco.
A reunião de hoje, em torno do levantamento, “foi importante” e, “felizmente, [o levantamento] está a correr bem em todos os concelhos”, explicou o primeiro-ministro.
Segundo António Costa, a prioridade será responder “àquilo que é urgente e imediato do ponto de vista da reconstrução das infraestruturas municipais”, nacionais, bem como as habitações.
O chefe do Governo disse esperar que a 19 de julho, na reunião do Governo com os autarcas na Sertã, já seja possível “ter legislação que está em debate na Assembleia da República sobre matérias florestais”, sublinhando ainda que a comissão de valorização do interior está também “preparada”.
Os incêndios que deflagraram na região Centro no dia 17 provocaram 64 mortos e mais de 200 feridos, e só foram dados como extintos no último sábado.
Mais de dois mil operacionais estiveram envolvidos no combate às chamas, que consumiram 53 mil hectares de floresta.
A área destruída por estes incêndios – iniciados em Pedrógão Grande, no distrito de Leira, e em Góis, no distrito de Coimbra – corresponde a praticamente um terço da área ardida em Portugal em 2016, que totalizou 154.944 hectares, segundo o Relatório Anual de Segurança Interna divulgado pelo Governo em março.