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Seguro: “Troika tem menos argumentos contra as propostas do PS do que das vezes anteriores”

Seguro: “Troika tem menos argumentos contra as propostas do PS do que das vezes anteriores”

O secretário-geral do PS afirmou hoje que os representantes da troika têm “menos argumentos para contrapor as posições do Partido Socialista” e divulgou algumas propostas dadas na reunião.

António José Seguro revelou que o PS transmitiu, mais uma vez, à troika que a receita que o Governo está a aplicar só “está a agravar o problema dos portugueses”. “Há mais desemprego, menos economia, a dívida pública tem vindo a crescer e a redução do défice orçamental para 4,5% não vai ser concretizada”, precisou.

Deste modo, afirmou o líder socialista, “a receita de austeridade custe o que custar está a agravar os problemas do país”.

“Tinha feito todo o sentido, há um ano tal como tínhamos defendido, dar mais tempo para a consolidação das contas públicas”, defendeu António José Seguro, acrescentando que “há outro caminho para honrar os compromissos do Estado português, de uma forma sustentável”.

Assim, o Partido Socialista apresentou várias propostas à troika, entre elas a criação de uma agenda para o emprego e o crescimento, pois é crucial dar-se prioridade ao emprego e ao crescimento económico, financiar-se a economia, já que “sem financiamento as empresas não podem produzir”, e desbloquear os fundos comunitários.

António José Seguro sugeriu, também, a criação de um envelope financeiro, em que 3 mil milhões de euros serviriam para dar apoio à recapitalização das PME.

O Estado deve reduzir o prazo médio de pagamento aos seus fornecedores, já que “o Estado deve ser o primeiro a dar o exemplo”, propôs o secretário-geral do PS.

O líder socialista também defendeu a passagem do IVA dos restaurantes para o valor em que estava em 2011. “O Governo está a arrecadar menos receita do IVA do que em 2011, antes do valor baixar, e os restaurantes estão a fechar e perderam-se empregos”, lamentou.

Por fim, recomendou uma maior intervenção do Banco Central Europeu, “para pôr fim à especulação financeira”.

António José Seguro declarou que a “economia só tem sentido se estiver ao serviço das pessoas” e que, nesta quinta avaliação, “tem que se olhar para os portugueses que estão em dificuldades e que sirva para se encontrar outro caminho”.

O secretário-geral socialista revelou que saiu desta reunião com a “certeza que a troika tem menos argumentos contra as propostas do PS do que das vezes anteriores”.

Seguro defendeu que o “consenso político é importante em Portugal e tem sido enfraquecido, porque o Governo tomou iniciativas sem escutar o Partido Socialista”, dando como exemplo o caso das privatizações.

“Quem tem estado a disparatar o consenso político em Portugal tem sido o Governo e o primeiro-ministro”, acrescentou.

António José Seguro afirmou que gostaria de “recordar o primeiro-ministro de uma frase proferida por ele próprio: não se pode pôr um país a pão e água”.

O líder socialista terminou, reiterando que o “PS é um referencial de estabilidade e os portugueses gostariam que o Governo da República também o fosse”.