Seguro transmitiu à troika que é necessário parar e mudar de caminho
António José Seguro disse hoje ter sentido uma maior disponibilidade por parte dos responsáveis da ‘troika’ para ouvirem as propostas e alternativas dos socialistas.
“Senti uma maior disponibilidade para escutarem as propostas e as alternativas que o PS apresentou”, afirmou o secretário-geral do PS, em conferência de imprensa, no final de uma reunião com os representantes da ‘troika’ (Comissão Europeia, do Fundo Monetário Internacional e do Banco Central Europeu) que estão em Portugal para a sétima avaliação do programa de ajustamento financeiro.
António José Seguro explicou que refere a existência de “uma maior disponibilidade” porque “quiseram saber melhor, porque fizeram mais perguntas, porque quiseram aprofundar”. “Não posso dizer mais do que isso”, acrescentou. O líder socialista confessou, contudo, ter “fundado receio que essa disponibilidade não passe disso mesmo”.
“Temo que essa disponibilidade não seja suficiente para agir a tempo e horas e corrigir a rota de estratégia que tem vindo a ser seguida”, afirmou, preconizando que este é momento de optar e não de fazer “pequeninas alterações”.
“A opção que nós defendemos é a da mudança da política de austeridade do custe o que custar para uma politica que alie o crescimento económico, que dê prioridade ao emprego e que o faça com disciplina e com rigor orçamental”, declarou o líder socialista.
António José Seguro adiantou que transmitiu “aquilo que os portugueses pensam”: “Portugal está à beira de uma tragédia social, bem patenteada no elevado número de desempregados, nas falências, nas insolvências e na espiral recessiva em que se encontra a nossa economia”.
“Transmiti à ‘troika’ que a estratégia de saída da crise falhou, que é necessário parar e mudar de caminho, que é necessário parar com a austeridade e que é necessário mudar para um caminho que concilie o crescimento económico com o rigor e com a disciplina orçamental”, disse.
No encontro, acrescentou ainda António José Seguro, foram apresentadas aos responsáveis da ‘troika’ as cinco propostas alternativas que o PS levou hoje ao Parlamento, que se consubstanciam em medidas concretas como a redução do IVA para a restauração, o aumento de salário mínimo nacional e das pensões mais baixas negociados na concertação social, entre outras.
“Os portugueses não aguentam mais sacrifícios”, reiterou.
António José Seguro considerou ainda, a respeito da carta enviada ao presidente da Comissão Europeia, que mais importante que a missiva foi a reunião que manteve com José Manuel Durão Barroso há cerca de duas semanas em Bruxelas.
“Tenho mantido um diálogo profícuo” com o presidente da Comissão Europeia, referiu.
O líder do PS reconheceu, contudo, estar “muito insatisfeito” com as atitudes dos líderes europeus a lidar com a crise, reiterando que são necessárias medidas mais rápidas e “robustas” e uma “atitude política completamente diferente daquela que neste momento existe”.