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Seguro – «solução é consolidar contas públicas através do crescimento e emprego»

Seguro – «solução é consolidar contas públicas através do crescimento e emprego»

O secretário-geral do PS afirmou que os próximos dias “serão decisivos” para Portugal e para a União Europeia e salientou que os socialistas e os parceiros sociais defendem a necessidade de aumentar o financiamento da economia.

António José Seguro falava na Sede Nacional do Partido Socialista, após receber as confederações patronais e sindicais portuguesas.

“Vivemos tempos muito difíceis, o país atingiu o número recorde de desempregados e isso constitui um drama social da maior gravidade. Só no primeiro trimestre deste ano, em cada dia que passou, 800 portugueses perderam o seu posto de trabalho e os portugueses perguntam como se muda esta situação”, começou por observar.

Para o líder socialista, a solução é “abandonar a austeridade a qualquer preço e, em alternativa, consolidar as contas públicas através de uma agenda para o crescimento e emprego”.

Fazendo uma alusão à próxima reunião do Conselho Europeu em Bruxelas, aos debates agendados no Parlamento sobre políticas europeias e o DEO, e à reunião com a troika para avaliação da execução do memorando, afirmou que “os próximos dias vão ser decisivos”.

Segundo António José Seguro, foi útil receber esta manhã os parceiros sociais em reuniões das quais saiu “um ponto extremamente importante: a necessidade de financiamento da economia”.

“Só combateremos o desemprego se financiarmos as nossas empresas. Essa tem sido a luta do PS”, declarou, referindo-se, depois, a propostas para a existência de uma linha de cinco mil milhões de euros (financiada pelo Banco Europeu de Investimentos) para apoio às empresas.

“Como banco público, a Caixa Geral de Depósitos deve estar vocacionada para apoiar as pequenas e médias empresas, sobretudo as que querem aumentar a produção nacional, substituindo as importações. Consideramos ainda importante que os fundos do Quadro de Referência Estratégico Nacional [QREN] sejam libertados, deixando de estar paralisados e congelados, e que haja incentivos à reabilitação urbana”, sublinhou.

Seguro também defendeu que Portugal só poderá fazer uma boa consolidação das contas públicas “se tiver mais um ano de ajustamento, de forma a aliviar sacrifícios enormes que estão a ser pedidos às empresas e famílias”.

António Saraiva, o presidente da CIP, defendeu que cabe à União Europeia “dinamizar novas formas de investimento” para que se possa ultrapassar o problema do desemprego e do crescimento do país. Lamentou, também, o atraso que tem havido ao nível da aplicação de reformas estruturais e medidas que aliviem os custos de contexto para as empresas.

João Vieira Lopes, líder do CCP, lamentou que as medidas acordadas em sede de concertação social não estejam a ser aplicadas e que os apoios à criação de emprego estejam bloqueados.

Arménio Carlos, secretário-geral da CGTP, rotulou o Tratado Orçamental como a “antítese” daquilo que Portugal precisa atualmente, realçando ser necessário fazer com que a economia cresça e o desemprego baixe.