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Seguro quer um país com "todos a tratar de todos, onde todos são necessários e têm a …

Seguro quer um país com "todos a tratar de todos, onde todos são necessários e têm a …

António José Seguro acusou o primeiro-ministro de não estar interessado em realizar um debate sobre a reforma do Estado, querendo apenas cortar 4 mil milhões de euros para “destruir o estado social em Portugal”.

O secretário-geral do PS, que se encontrava no Porto na sessão de encerramento do LIPP, subordinada ao tema “Desenvolver Portugal – Que Estado queremos?”, começou por apontar um dos maiores problemas dos governantes, “como aliás se nota”: “Quando chegam ao poder, deixam de escutar, deixam de falar com as pessoas. E deixam de cumprir as promessas que fizeram aos portugueses”.

“Aqui nesta sala debateu-se e debate-se a reforma do Estado, e como é diferente a forma como o fazemos”, ironizou, acrescentando que “nesta sala não há portas fechadas, os senhores jornalistas podem ouvir todas as intervenções e podem transmitir aos portugueses o que aqui se discute. Nós, ao contrário do senhor primeiro-ministro, não nos fechamos num palácio de Lisboa e dizer que ali está o país a discutir a reforma do Estado”.

Depois, o líder socialista lançou uma questão à sala: “Acham mesmo que o primeiro-ministro de Portugal está interessado num debate sobre a reforma do Estado? Ou aquilo a que ele chama de reforma do Estado é um papel de embrulho para esconder uma outra coisa completamente diferente, que é um corte de 4 mil milhões de euros com um único objetivo, não é o de reformar o Estado, é o de destruir o estado social em Portugal”.

“O que está em causa são duas conceções diferentes de país. Por um lado, o país do dr. Pedro Passos Coelho: Estado mínimo, onde cada português se entrega à sua sorte, em função dos seus rendimentos e em função da fortuna ou do infortúnio da vida”, acusa. Já no nosso país, acrescenta, “somos todos a tratar de todos, porque todos somos necessários e temos a mesma dignidade para ajudar a construir Portugal”.

António José Seguro sublinhou que “este não é um combate que opõe um partido de um lado e um partido do outro”. “Este é um combate que tem de um lado o Governo mais ultraliberal da história do nosso país e deste lado um Partido Socialista à frente de um amplo movimento de mulheres e homens que querem continuar a ter um estado social em Portugal, onde a educação, a saúde e a proteção social possam dirigir-se a todos os portugueses, independentemente do rendimento que as pessoas tenham”, defendeu.

O líder do PS asseverou que o partido quer “um país que tenha um Estado forte, um Estado eficiente, um Estado eficaz, mas um Estado que contribua com três objetivos essenciais: promoção da riqueza no nosso país com crescimento económico, combate às desigualdades sociais, e um Estado que tenha uma boa governação, com transparência e com maior participação e envolvimento das pessoas”.

António José Seguro lembrou, ainda, quando no último debate quinzenal na Assembleia da República perguntou a Passos Coelho se “fez as contas do impacto do ponto de vista social e económico de retirar 4 mil milhões de euros à economia”, não tendo obtido qualquer resposta por parte do governante.

“Isto faz-se assim? Faz-se sem estudar o impacto que vai ter na economia e no emprego do nosso país?”, questionou.