Seguro quer novo ciclo de cooperação com Cabo Verde
O secretário-geral do PS, António José Seguro, defendeu hoje o início de um novo ciclo na cooperação de Portugal na Lusofonia, em particular com Cabo Verde, sublinhando que qualquer corte ou abrandamento será “um erro”.
No final de vários encontros com as autoridades cabo-verdianas, na Cidade da Praia, António José Seguro sustentou que, hoje em dia, a cooperação “já tem dois sentidos”, beneficiando mutuamente os países que colaborem um com o outro.
“Há necessidade de se lançar um novo ciclo na cooperação entre os dois países. Tem havido uma cooperação importante, que deve manter-se. Penso que não deve haver nenhum corte na cooperação, porque, hoje, ela já não tem um sentido, mas dois. Não é só Cabo Verde que beneficia, mas Portugal também”, sustentou Seguro.
Lembrando que Cabo Verde tem sido um bom destino para muitos empresários portugueses, Seguro considerou que, apesar do período difícil por que passa Portugal, os benefícios mútuos das relações bilaterais serão maiores do que qualquer corte na ajuda.
“A cooperação tem de ser vista como um benefício comum. Seria um erro, muito negativo, que a cooperação parasse ou abrandasse. É necessário mantê-la, porque há benefícios para os portugueses e para os cabo-verdianos”, sublinhou, no final de encontros com o chefe de Estado, Jorge Carlos Fonseca, com o presidente do Parlamento, Basílio Ramos, e com primeiro-ministro, José Maria Neves.
O líder socialista indicou que os dois países vão organizar a segunda cimeira de alto nível em novembro e realçou que, às áreas tradicionais de cooperação – educação, saúde, ajuda orçamental -, devem juntar-se outras, algumas delas em curso, no turismo, infraestruturas, economia, cooperação empresarial, obras públicas e saneamento.
Seguro defendeu que a evolução deverá ocorrer simultaneamente de forma bilateral e no espaço da lusofonia, lembrando que, hoje, ao fim da tarde, terá um encontro com representantes das empresas portuguesas em Cabo Verde, na Embaixada de Portugal na Cidade da Praia.
“É muito importante para Cabo Verde, mas também para Portugal e para a União Europeia que essa cooperação se mantenha, para que dê um salto, uma nova ambição, um novo ciclo de cooperação bilateral. É vital que o espaço da lusofonia não seja apenas uma cooperação política, mas que possa ter densidade e desenvolvimento ao nível da cooperação empresarial, económica e cultural, apostando na valorização da língua mas também nas indústrias criativas em termos culturais”, acrescentou.
O líder socialista está em Cabo Verde desde a noite de domingo para participar, como convidado, na reunião do Comité África da Internacional Socialista, que decorreu na capital cabo-verdiana, assinando hoje dois memorandos de entendimento com os maiores partidos políticos de Cabo Verde e da Guiné-Bissau, PAICV e PAIGC, a primeira vez que se formaliza um acordo desta natureza entre partidos dos três países.