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Seguro quer eleição direta da Comissão Europeia para resolver crise política

Seguro quer eleição direta da Comissão Europeia para resolver crise política

O secretário-geral do PS considerou hoje que a dimensão mais grave da crise europeia é a política e apontou a solução para a eleição direta do presidente da Comissão Europeia.

Deve haver “eleição direta do presidente do órgão executivo da União Europeia”, disse António José Seguro no “Fórum Político do Estoril 2012”, promovido pelo Instituto de Estados Políticos da Universidade Católica.

O líder socialista observou que, só após 20 conselhos europeus e “quatro anos perdidos” após o começo da crise financeira nos Estados Unidos, a União Europa se prepara para adotar algumas medidas robustas.

“É um sintoma da crise política da União Europeia”, afirmou, após rejeitar que o caminho deva ser prosseguido “com pequenos passos” e defender que “o federalismo não pode ser tabu”.

Segundo António José Seguro, a União Europeia deverá ter um núcleo de países (sem excluir nenhum) que, se quiserem ir mais longe ao nível da integração política, podem fazê-lo.

“Ao mesmo tempo que se deve responder com urgência à atual crise económica e social, a União Europeia deve começar a responder à sua crise política, dotando-se com instituições robustas e com recursos que possa resolver os problemas das pessoas”, disse, antes de se referir ao peso político atual da chanceler Angela Merkel.

“Há hoje uma pessoa que decide muito sobre a vida coletiva em Portugal, para a qual não votei, nem tenho possibilidades de votar e para a qual nem sequer tenho possibilidades de pedir contas pela forma como ela tem vindo a tomar decisões. Só há uma maneira de resolver esta questão: permitir a todos os europeus que possam escolher, na base de programas políticos claros, quem devem ser os responsáveis pela governação económica, social e política da União Europeia”, defendeu.

António José Seguro voltou a defender um papel mais ativo do Banco Central Europeu (BCE) na prevenção de crises, designadamente através da possibilidade de emprestar diretamente dinheiro aos Estados, discordou da via germânica pela austeridade como forma de resolver a atual crise e disse apoiar uma progressiva convergência fiscal a nível europeu.