Seguro: “Portugal não está condenado a ficar pobre”
António José Seguro considerou hoje que a Europa “dá sinais de enorme irresponsabilidade, porque não sabe agir a tempo e horas de resolver os seus problemas”.
E como exemplo, o Secretário Geral do PS apontou a Grécia, um país que com o aparecimento “dos primeiros sintomas de crise, a chanceler alemã, Angela Merkel, disse ser um problema dos gregos e não da Europa”.
Só que agora, “estão todos reunidos em Bruxelas à procura de uma solução, porque estando todos na União Europeia e o problema de um é de todos”, sublinhou o lider do PS em Vila do Conde, num jantar que juntou cerca de 1000 militantes do PS.
Para Seguro, a Europa precisa de entender que “há uma crise do desemprego, da pobreza, da exclusão e das desigualdades sociais entre europeus”.
Por isso, uma união económica e monetária “não terá êxito se não existir um governo que estimule o crescimento económico e que, em momentos de crise, seja solidário”.
E neste contexto, António José Seguro defendeu a emissão de ‘eurobonds’, certificados de dívida, porque assim, poderíamos ter “acesso ao crédito, pagando menos pelas taxas de juros, o que se traduziria numa vantagem para nós”.
Mas além desta postura da Europa, o líder do PS lamentou também o facto de Portugal “não ter um primeiro-ministro que bata o pé para defender os interesses de Portugal e que não chegue junto do Banco Europeu de Investimento para propor a criação de um fundo para ajudar as nossas empresas, o que iria estimular o crescimento económico”.
E se parte dos problemas de Portugal se resolvem a nível internacional, outros há que “têm solução num plano nacional”, disse Seguro adiantando ainda que Portugal “não está condenado a ficar pobre”.
Mas para que isso não aconteça, tem que haver uma “aposta nas pequenas e médias empresas e naquelas que exportam”, sublinhou.
O facto de não existir um apoio as estas unidades é “um crime” e representa o “suicídio da nossa economia”, disse.
“Temos empresas que querem produzir, têm encomendas e clientes, mas não têm dinheiro para comprar matérias-primas (…) Há alternativa à austeridade, mas não se pode cortar tudo por igual. Somos um país de gente séria e precisamos de um Governo que olhe para os setores mais dinâmicos da sociedade e os compreenda”, concluiu.