home

Seguro: Passos Coelho não tem mão no Governo nem voz na Europa

Seguro: Passos Coelho não tem mão no Governo nem voz na Europa

António José Seguro acusou hoje o primeiro-ministro de não ter “mão no Governo” nem “voz na Europa”, e garantiu que existe outro caminho para o país.

O líder socialista, que discursava na Casa das Artes em Felgueiras, afirmou que Pedro Passos Coelho “não tem mão no Governo, não tem rumo para o país, não tem voz na Europa”. “Se eles [partidos da coligação] não acreditam um no outro, como é que os portugueses podem acreditar?”, questionou.

O secretário-geral do PS assegurou que o país precisa de ter uma estratégia, para que os portugueses possam “voltar a ter uma vida com horizonte e esperança”.

Lembrou que, no ano passado, em outubro, o Governo apresentou a proposta do Orçamento do Estado para este ano. O documento consistia em austeridade “e só austeridade é a solução do primeiro-ministro para a resolução dos problemas”. “Eu não esperei um ano, disse logo na altura que era um erro. A austeridade só conduziria ao empobrecimento”, disse, o que se veio a verificar.

“Os portugueses cumpriram, ficaram sem salários, com menos rendimentos, pagam mais taxas moderadoras, há falências, as pessoas têm dificuldades em ir ao médico. Os portugueses cumpriram tudo religiosamente e o Governo falhou, nem sequer conseguiu atingir o objectivo de 4,5% para o défice”, atacou.

Porém, António José Seguro garantiu que há outro caminho, “uma alternativa responsável”. O país “não está condenado ao caminho da austeridade” e o “PS tem uma ideia para Portugal”, revelou.

Defendeu que não se pode fazer uma redução do défice “em tão pouco espaço de tempo”, algo que só o Governo ainda não percebeu. “Estamos a matar a economia, a sufocar as pessoas, a atirar gente para a miséria”, considerou.

Disse, também, que é preciso que a Europa tome decisões que ajudem os países em dificuldades, como Portugal. “Se tivéssemos um primeiro-ministro a falar lá fora da situação do país e dos portugueses, haveria outra sensibilidade para os nossos problemas”, afirmou, num ataque a Passos Coelho, que entrou no último Conselho Europeu “mudo” e saiu “calado”.

“Precisamos de mais tempo, de juros mais baixos, mais adequados. Estamos a pagar imenso pela nossa dívida. Só este ano vamos pagar de dívida nove mil milhões de euros, tanto quanto gasta o serviço nacional de saúde”, sublinhou.

António José Seguro deixou uma mensagem de esperança: “O nosso país tem futuro. A confiança e a esperança têm sentido. A margem é curta mas há outro caminho, uma alternativa credível e responsável”.