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Seguro: «O país vai de mal a pior»

Seguro: «O país vai de mal a pior»

O secretário-geral do PS disse hoje que o “país vai de mal a pior” e pediu ao primeiro-ministro para que “desça à terra” e fale sobre os problemas reais dos portugueses.

António José Seguro, num discurso duro e assertivo na reação à intervenção inicial de Pedro Passos Coelho na abertura do debate sobre o “Estado da Nação” na Assembleia da República, acusou o líder do Executivo de coligação PSD/CDS-PP de não ter falado “sobre o estado do país”, acrescentando que quem o ouviu “até parecia que ia tudo bem”.

“Infelizmente o país vai de mal a pior e o seu discurso senhor primeiro-ministro está desligado da realidade. Desça à terra e fale do nosso país e da vida real dos portugueses”, atacou António José Seguro.

O secretário-geral do PS acusou o primeiro-ministro de fazer um discurso de “autoelogio e de autossatisfação”.

“Disse que o seu Governo fez um balanço e que concluiu que estamos no bom caminho. Mas estamos no bom caminho com 823 mil desempregados, dos quais 160 mil são jovens e 116 mil são jovens licenciados”, questionou.

“Há mais de 70 mil portugueses a emigrarem por ano, mas para o primeiro-ministro estamos no bom caminho (…), há 6228 famílias insolventes no primeiro trimestre do ano, mas para o primeiro-ministro estamos no bom caminho, há mais 18 mil novos pedidos de rendimento social de inserção, mas para o primeiro-ministro estamos num bom caminho, há milhares de pequenas e médias empresas sem financiamento, mas para o primeiro-ministro estamos no bom caminho”, relatou.

Em seguida, António José Seguro fez um ataque à política de nomeações do Governo, o que suscitou fortes aplausos entre os deputados socialistas.

“Senhor primeiro-ministro, no bom caminho podem ir alguns seus companheiros de partido, que depois das privatizações vão para a EDP e REN. No bom caminho podem ir as pessoas que o senhor nomeou para as Águas de Portugal, para a Caixa Geral de Depósitos, mas no bom caminho não vão os portugueses, nem vai Portugal”, disse.

Seguro confrontou Pedro Passos Coelho com os resultados da política de austeridade no momento em que a meta de défice está em risco no final deste ano.

“Responda aos portugueses: Para que valem os sacrifícios que estão a fazer? O que falhou na sua receita de austeridade a qualquer preço?”, questionou.

O secretário-geral socialista observou que os mais recentes dados da execução orçamental apontam para uma derrapagem na ordem dos dois mil milhões de euros no final do ano.

“É preciso que diga com clareza que medidas adicionais vai tomar este ano para corrigir a sua derrapagem orçamental, o seu desvio colossal”, insistiu.