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Seguro desafia Passos a trabalhar com PS para diminuir despesas com gás e electricidade

Seguro desafia Passos a trabalhar com PS para diminuir despesas com gás e electricidade

O secretário-geral do Partido Socialista desafiou hoje o primeiro-ministro a “passar das palavras aos atos” no que toca à disponibilidade manifestada para que o PS pudesse apresentar propostas no plano parlamentar.

“Eu quero que as palavras do primeiro-ministro tenham tradução na prática”, disse António José Seguro na intervenção que encerrou o 6.º congresso autárquico regional do PS, em Albufeira.

António José Seguro considerou que o discurso de Pedro Passos Coelho no encerramento do congresso do PSD “retomou hoje um clima de diálogo com o Partido Socialista”, depois de um mês em que os principais dirigentes sociais-democratas dirigiram um “grande clima de crispação e críticas ao Partido Socialista”.

“Como a mim me interessa é o País, vou ignorar tudo isso e apenas sublinhar que o primeiro-ministro, finalmente, retomou uma atitude de responsabilidade e de diálogo com o PS”, observou Seguro.

O secretário-geral do PS, destacou o que considerou serem “três aspetos relevantes” do discurso de Pedro Passos Coelho no encerramento do congresso do PSD.

“Fica bem ao primeiro-ministro reconhecer publicamente o papel responsável e equilibrado do Partido Socialista nos compromissos internacionais, no que respeita ao memorando da troika”, afirmou.

“Fica-lhe bem, mas lamento que nem todos os dirigentes do PSD não tenham feito o mesmo ao longo deste mês de março”, sublinhou o líder do PS.

António José Seguro disse também que registou “com agrado” o facto do primeiro-ministro ter reconhecido “finalmente, aquilo que milhares de portugueses sentem na pele, que são as consequências sociais e económicas da receita do custe o que custar”.

“Finalmente, ao terceiro dia de congresso do PSD, e só depois de eu em Braga ter criticado a insensibilidade social do primeiro-ministro, ao não ter uma palavra para os desempregados, é que o primeiro-ministro reconheceu hoje que há portugueses a passar bastantes sacrifícios”, salientou.

O secretário-geral do PS acrescentou que, pelo facto de o PSD não ter ouvido os alertas do PS, “os erros do primeiro-ministro estão a custar muito caro aos portugueses”.

Seguro reconheceu que a austeridade “é inevitável”, e afirmou que se fosse primeiro-ministro teria tomado “algumas medidas, mas não em doses excessivas”, sustentando que “quando há muita austeridade, isso provoca recessão”.

António José Seguro manifestou “total disponibilidade” do PS para trabalhar “em conjunto com o Governo no sentido de melhorar a situação económica do País”.

“Há vária legislação que é necessário alterar”, disse Seguro, exemplificando com o processo de liberalização do gás e da eletricidade, afirmando que “gostaria que não acontecesse o mesmo que aconteceu com os combustíveis”.

“A disponibilidade aqui fica, dirigida ao primeiro-ministro: que possamos trabalhar em conjunto no sentido de antes da liberalização da eletricidade e do gás, protegermos os portugueses e as empresas, contribuindo para que os preços possam baixar”, concluiu.