home

Seguro desafia Passos a reduzir as rendas excessivas no setor da energia

Seguro desafia Passos a reduzir as rendas excessivas no setor da energia

O secretário-geral do PS desafiou hoje o primeiro-ministro a divulgar o estudo que encomendou sobre quem e quanto beneficia com as rendas do setor energético, estimando em três milhões de euros o valor envolvido até 2020.

Este repto de António José Seguro foi lançado no  discurso de encerramento das Jornadas Parlamentares do PS em Bragança.

“O primeiro desafio é para que o Governo entregue finalmente na Assembleia da República – e por essa via dê conhecimento aos portugueses – o relatório de um estudo que pediu a uma universidade, visando a que se saiba preto no branco qual o valor das rendas excessivas [pagas pelo Estado] e quem delas beneficia”, disse Seguro, recebendo uma prolongada salva de palmas por parte da bancada socialista.

António José Seguro desafiou ainda Pedro Passos Coelho para que haja um trabalho em conjunto para uma redução dos custos da eletricidade e do gás para as as famílias e empresas, através da diminuição das rendas excessivas.

A seguir, o secretário-geral do PS traçou um panorama aparentemente insólito sobre os valores envolvidos em termos de rendas.

“Nesta área existem taxas de remuneração do capital que vão até 13,5 por cento, num país em que há portugueses sem dinheiro para se deslocarem a um hospital, onde há portugueses em que fazem contas para chegar com dinheiro até ao fim do mês e em que há tanto desemprego. Se tivermos em consideração apenas as rendas que têm uma remuneração entre 7,5 e 13,5 por cento do seu capital, estamos a falar de rendas que totalizam três mil milhões de euros até 2020, cerca de 375 milhões de euros ano”, sustentou o líder dos socialistas.

Perante estes valores, o líder do PS disse desconhecer os motivos da paralisia do Governo nesta área ao fim de dez meses em funções, quando este ponto faz parte “de algum modo” do memorando da ´troika´.

“Pedem-se tantos sacrifícios aos portugueses, cortando-se nas suas reformas e nos seus salários, e o Governo ainda não teve tempo nestes dez meses para reduzir estas rendas excessivas no setor da energia. Estamos a falar de três mil milhões de euros”, afirmou.