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Seguro defende empréstimos diretos do BCE aos Estados

Seguro defende empréstimos diretos do BCE aos Estados

O secretário-geral do PS afirmou hoje, no Cartaxo, que Portugal está a empobrecer e que é preciso mudar de rumo também na Europa, onde há discriminação no financiamento entre os bancos e os Estados.

António José Seguro, numa visita à Feira Agroglobal, considerou que, “nos tempos atuais, tem existido um forte ataque ao poder local por parte do Governo da República, estrangulando esse poder local e retirando-lhe autonomia e instrumentos para fazer aquilo que é a sua competência”.

Acusou o Governo de ter “tratado as câmaras municipais como se fossem centros de custos contabilísticos”. E deu um exemplo: a lei dos compromissos. “Essa lei tem uma boa intenção que é limitar a dívida, mas, da maneira como o Governo a elaborou, é uma má lei, porque impede as câmaras municipais de fazerem o trabalho que têm de desenvolver”, disse.

“O Partido Socialista é favorável à limitação da dívida, à boa gestão, ao rigor e à disciplina orçamental. Nós estamos contra essa lei, mas antes apresentámos uma lei alternativa, que permitia o mesmo objetivo, limitar a dívida, mas que não criava este estrangulamento que hoje existe quer em câmaras municipais, quer em hospitais”, afirmou.

Relativamente à reunião do BCE, disse ter alguma esperança que se tomem decisões que “possam finalmente resolver parte dos problemas da crise que nos afeta”.

António José Seguro fez uma proposta: “O BCE empresta dinheiro aos bancos portugueses numa taxa de 1%. A pergunta que faço há vários meses é a seguinte: se os bancos se podem financiar no BCE a uma taxa de 1%, porque é que os Estados não hão de ter a mesma possibilidade?”.

Pelas palavras do líder socialista, tal solução só traria vantagens, já que reduzia os custos de financiamento, e “assim reduzia o nosso défice e aliviava muitas das medidas e os sacrifícios que dependem dos portugueses”.

“Nós temos uma economia a cair, um país a empobrecer, a nossa dívida pública tem vindo a aumentar e há muita gente que já não aguenta os pesados sacrifícios de austeridade”, enumerou.

António José Seguro terminou o seu discurso, apelando aos cidadãos que tenham esperança num outro caminho para o país, “que não é o caminho do empobrecimento, mas é o caminho de criação de riqueza que preserve postos de trabalho e que gere os recursos para pagar os nossos compromissos e para sustentar as funções sociais do Estado”.