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Seguro – «Com a saúde dos portugueses não se brinca»

Seguro – «Com a saúde dos portugueses não se brinca»

No final de uma visita ao Instituto de Medicina Molecular, sediado no Hospital de Santa Maria, Lisboa, António José Seguro, que se reuniu com a administração do Centro Hospitalar Lisboa Norte, manifestou preocupação face à diminuição do número de consultas médicas e das urgências nos primeiros quatro meses do ano, em comparação com o ano anterior.

“Há uma diminuição dos números de urgência, de cerca de 219 mil nos primeiros quatro meses deste ano comparado com os primeiros quatro meses do ano passado. Isso seria uma boa notícia se não fosse que nos cuidados primários há uma diminuição ainda maior na ordem das 341 mil consultas em igual período”, afirmou.

Para o líder socialista, os números significam que “há menos pessoas a aceder aos cuidados de saúde”.

“Isso naturalmente é uma grande preocupação porque como tenho dito e repetido com a saúde dos portugueses não se brinca”, disse Seguro, que elogiou ainda a “dedicação fabulosa” dos profissionais de saúde em Portugal.

O secretário-geral do PS afirmou ainda que o Governo não respeita a dignidade dos profissionais de saúde, referindo-se a notícias que revelam que o Estado vai pagar apenas quatro euros por hora a enfermeiros contratados.

“Acho mal. Porque isso significa que o Governo não respeita a dignidade dos profissionais de saúde e neste caso concreto dos enfermeiros”, respondeu António José Seguro, após questionado sobre o valor, quatro euros por hora, que o Estado vai pagar a enfermeiros contratados através de empresas de prestação de serviços.

Questionado sobre a greve dos médicos prevista para os dias 11 e 12 de julho, António José Seguro frisou que o PS não se intromete “nas greves e nas formas de luta” promovidas pelos representantes sindicais, acrescentando no entanto que “compreende bem os motivos que conduzem às formas de luta”.

“Compreendo bem as razões pelas quais eles lutam, há uma descaracterização das carreiras na área médica que poderá ter um impacto negativo na qualidade da prestação de saúde a curto e médio prazo no nosso país”, declarou.

Quanto aos números do desemprego revelados hoje pelo Eurostat, revelou que os 15,2 por cento de desempregados não surpreendem os portugueses e defendeu que a “receita do Governo falhou”.

“A mim não me surpreende e à maioria dos portugueses também não, porque a receita que o Governo tem vindo a aplicar é uma receita que, entre outras, tem como consequência o elevar do número de desempregados no nosso país”, afirmou António José Seguro.