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Seguro apresenta outro caminho para sair da crise

Seguro apresenta outro caminho para sair da crise

O líder do PS disse hoje que não o surpreendem os dados conhecidos ontem sobre a quebra da receita do Estado mas que o mesmo não acontece quanto ao descontrolo por parte da receita.

“Numa altura em que o Governo pede tantos sacrifícios os portugueses, não é um bom exemplo”, afirmou António José Seguro durante o almoço debate promovido pelo International Club of Lisbon.

Os dados da execução orçamental foram conhecidos ontem e apontam para um défice do subsetor Estado atingiu os 799 milhões de euros em fevereiro, 191,1% mais do que no mesmo mês de 2011. Segundo o boletim de execução orçamental da Direção-Geral do Orçamento. A despesa cresceu 3,5% face ao mesmo período do ano anterior, enquanto a receita diminuiu 4,3%, essencialmente devido à redução nas receitas fiscais, que caíram 5,3 %.

Numa intervenção subordinada ao tema “Há outro caminho para sair da crise”, o secretário-geral do PS criticou o Governo pela política que tem seguido, somando austeridade à austeridade. 'há meses que digo que há outro caminho e hoje são cada vez mais as vozes que falam na necessidade de colocar o emprego e o crescimento económico como prioridade. Só falta passar das palavras aos atos', sublinhou Seguro.

A resposta à crise, sustentou, tem de ter três dimensões: global, europeia e nacional, “É impensável termos mercados desregulados, é inaceitável uma União Económica e Monetária com 17 políticas orçamentais diferentes, não entendo porque é que o Banco Central Europeu não pode emitir euroobrigações. E Portugal deve ter como prioridade canalizar recursos para as empresas exportadoras”, apontou Seguro. 

Admitindo que se fosse primeiro-ministro também teria de adotar “algumas medidas de austeridade”,  o secretário-geral explicou que “o problema está na dose e no ritmo” das medidas que o atual governo tem adotado. Os resultados desta política são, por exemplo, os níveis de desemprego atingidos no nosso país. “Não há milagres. Mas exijo lucidez para perceber que a receita aplicada tem graves consequências sociais e económicas”.

António José Seguro voltou a defender que Portugal tenha pelo menos mais um ano para proceder à consolidação das contas públicas. Lembrou também que o Governo não deve esquecer a importância da qualificação dos portugueses. “Precisamos de continuar o esforço de qualificação dos trabalhadores e dos empresários portugueses e temos de introduzir mais inovação na nossa economia”.