Seguro acusa Governo de desorientação e defende valorização dos professores
O secretário-geral do PS acusou hoje o Governo de estar “desorientado” na sua política de educação, dizendo que há uma preocupação grande face à forma como está a ser preparado o próximo ano letivo.
A crítica de António José Seguro foi feita no final de uma visita à Escola Pedro Alexandrino, na Póvoa de Santo Adrião, numa deslocação integrada na preparação do debate sobre o “Estado da Nação”, na Assembleia da República, no próximo dia 11, na qual que esteve acompanhado pela presidente da Câmara de Odivelas, Susana Amador, pelo líder do grupo parlamentar do PS, Carlos Zorrinho, e pelo presidente da Federação da Área Urbana de Lisboa do PS, Marcos Perestrello.
Antes de visitar a Escola Intercultural de Venda Nova, no concelho da Amadora, o secretário-geral do PS inteirou-se em Odivelas sobre as metas do “Projeto Sei” (que visa o combate à exclusão social e a promoção do sucesso educativo) e criticou a política do Ministério da Educação.
“Considero que este Governo está desorientado na área da educação. Há preocupações face à forma como está a ser preparado o próximo ano letivo. As escolas precisam de ter uma orientação com maior clareza, designadamente em matérias relacionadas com a revisão curricular, para que, tal como aconteceu em anos anteriores, possam preparar melhor o próximo ano letivo”, afirmou.
Com a jornada que hoje dedica a escolas dos municípios de Odivelas e da Amadora – e que termina com uma reunião esta tarde na sede nacional do PS com vários atores da área da educação -, António José Seguro afirmou também pretender “valorizar o papel dos professores” no sistema educativo.
“Por todo o país há professores excelentes, que vão para além daquilo que são as suas estritas obrigações de dar aulas e que conseguem através de projetos fazer com que os alunos aprendam melhor e que concluam a escola com boas qualificações. A aposta na educação é vital para o país”, realçou.
Durante a visita à Escola Secundária Pedro Alexandrino, António José Seguro falou com vários adolescentes que estiveram em situação de reprovação, com notas negativas a várias disciplinas, mas que agora foram integrados no “Projeto Sei”.
O líder do PS perguntou a quatro deles o que gostariam de mudar se assumissem o cargo de primeiro-ministro, mas recebeu respostas algo inesperadas (pelo menos na ótica de titulares de cargos políticos).
O jovem Bruno, que quer ser psicólogo, disse que mudaria a “mentalidade” comum dos cidadãos no sentido de que “reclamem menos, protestem menos e informem-se melhor”.
Já o Mário, que espera ser cozinheiro e proprietário de um restaurante, disse sem hesitações a Seguro que odeia a política e que não considera a política importante para si.
“Vou fazer tudo para que não odeies a política”, devolveu o secretário-geral já na parte final da conversa com os adolescentes, que também pediram ao secretário-geral do PS melhores ordenados para as pessoas e maior espírito de entreajuda entre os cidadãos.
De acordo com os dados apresentados pela presidente da Câmara de Odivelas, este projeto “Sei” para recuperação de jovens em situação de dificuldade escolar, abrange já mais de mil crianças e adolescentes em todo o concelho.
Estes alunos em situação de dificuldade, assim como as respetivas famílias (a maioria delas em situação precária financeira), são acompanhados em permanência por uma equipa de psicólogos, sociólogos e assistentes sociais.
“Quando o projeto começou, em 2005, Odivelas estava acima da média nacional em termos de insucesso escolar. Agora, com este projeto, cerca de 53 por cento dos jovens consegue recuperar”, disse Susana Amador.