Seguro acusa Governo de apresentar proposta "ridícula"

O secretário-geral do PS acusou o Governo de apresentar uma proposta “ridícula” sobre devolução do IVA às empresas, sustentando que, a ser concretizada, obrigará as empresas a endividarem-se ainda mais junto da Caixa Geral de Depósitos.

Esta posição de António José Seguro foi assumida no final do debate quinzenal com o primeiro-ministro, Pedro Passos Coelho, quando se referia à medida anunciada na quinta-feira pelo ministro de Estado e das Finanças, Vítor Gaspar, sobre a adoção de um crédito fiscal destinado às empresas.

“Essa medida vem apenas colocar uma peninha no chapéu na política de austeridade do Governo, é uma gota num mar de austeridade, quando é preciso um acordo de concertação social, tendo em vista uma verdadeira política de rendimentos e uma dinamização do mercado interno, num quadro de estabilidade fiscal”, contrapôs o líder socialista.

Depois, António José Seguro classificou como “ridícula” uma das propostas apresentadas pelo Governo ao nível da devolução do IVA, considerando-a reveladora “de ausência de estratégia e de incoerência”.

“O PS propôs uma conta corrente entre as empresas e o Estado – uma conta corrente na qual, se o Estado não reembolsar no tempo correto, as empresas fazem um acerto de contas quando tiverem de pagar novas contribuições. Mas o que o Governo propõe para as empresas com direito a reembolso por parte do Estado é dizer-lhes que se dirijam à Caixa Geral de Depósitos para criar uma linha de crédito para que as empresas possam aí financiar-se”, apontou Seguro.

Para o secretário-geral do PS, essa solução apresentada pelo Governo “é o máximo do ridículo”.

“Significa que o Governo quer que as empresas financiem o Estado, retendo o dinheiro do reembolso do IVA, e ao mesmo tempo diz às empresas para endividarem-se e pedirem mais crédito junto do banco do Estado”, acrescentou.