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Segurança Social de todos não pode ser objeto de aventuras

Segurança Social de todos não pode ser objeto de aventuras

A defesa da Segurança Social pública e do Serviço Nacional de Saúde (SNS) foram dois temas centrais abordados por António Costa no debate com Passos Coelho. O líder do PS reiterou que não aceita qualquer novo corte de 600 milhões de euros nas pensões, como se comprometeu o atual Governo em Bruxelas, garantindo também a defesa intransigente do SNS como “um dos maiores ganhos da nossa democracia”.
Segurança Social de todos não pode ser objeto de aventuras

António Costa defendeu que a sustentabilidade da Segurança Social não depende de mais um corte nas pensões, mas, pelo contrário, assegurando o princípio da confiança intergeracional, “de que cada geração recebe a pensão para a qual contribui”, através da diversificação das fontes de financiamento e dando prioridade máxima à criação de emprego.

O “buraco de oito mil milhões de euros” no sistema público, lembrou, “foi aberto por este Governo, com a perda de receitas” resultante do brutal aumento do desemprego e da emigração.

António Costa confrontou também Passos Coelho com a negação, por parte do atual primeiro-ministro, da intenção de cortar 600 milhões nas pensões. O líder socialista recordou que o Governo inscreveu este objetivo no Programa de Estabilidade enviado a Bruxelas e que a palavra de Passos Coelho, nesta como em outras matérias, é já familiar aos portugueses. “Um português que o ouve dizer que não vai cortar pensões, recorda-se de si há quatro anos a garantir que não fazia nenhum corte”.

A proposta dos partidos da coligação para a privatização parcial da Segurança Social mereceu também uma crítica dura do Secretário-geral do PS. “O senhor lança uma proposta, de plafonamento, que é uma enorme aventura para o futuro da sustentabilidade da Segurança Social”, abrindo um buraco no financiamento do sistema público “durante 20 anos”.

“A Segurança Social de cada um de nós não pode ser objeto de brincadeiras”, sustentou António Costa.

SNS é um dos maiores ganhos da nossa democracia

A defesa intransigente do Serviço Nacional de Saúde foi também vincada pelo líder socialista, afirmando não ter sido por acaso a escolha de António Arnaut para mandatário nacional da campanha do PS.

Para António Costa, a defesa de uma boa gestão do SNS passa por reformas que diminuam a pressão sobre os serviços hospitalares, prosseguindo a aposta nas Unidades de Saúde Familiar e nos cuidados continuados.

Lembrando que o desmantelamento do SNS nestes quatro anos foi mais uma consequência da política de “ir além da troica”, com uma redução da despesa no sector da saúde que ultrapassou em mais do dobro o que estava exigido no memorando, o Secretário-geral do PS deixou a garantia de que é necessário “aumentar o orçamento da Saúde e que tal está previsto no nosso programa”.

A situação vergonhosa de várias unidades de saúde, que estão concluídas mas que se encontram fechadas por falta de enfermeiros, foi um exemplo que António Costa utilizou para ilustrar o desinvestimento no sector e o desaproveitamento de profissionais altamente qualificados que são obrigados a emigrar. “Têm sido criados muitos postos de trabalho para enfermeiros, mas não é cá, é no Reino Unido”, assinalou.

O líder do PS assumiu ainda o compromisso em reduzir as taxas moderadoras ao longo da próxima legislatura, um compromisso prudente quanto a valores e datas, explicou, como forma de “reconstruir a confiança dos cidadãos com a política”.