Na segunda volta das legislativas em França, realizada este domingo, a aliança de esquerda Nova Frente Popular (NFP), que integra o Partido Socialista francês, foi a força política vencedora, obtendo 182 mandatos na Assembleia Nacional. A coligação Ensemble, encabeçada pelo partido do Presidente Macron, teve a segunda maior representação, com 168 mandatos, relegando a União Nacional (RN), o partido da extrema-direita francesa, para terceiro lugar, com 143 deputados.
Realçando que “a extrema-direita foi claramente derrotada”, Pedro Nuno Santos citou o seu homólogo do PS francês, Olivier Faure, para afirmar que, como os eleitores expressaram nas urnas, “a França merece melhor do que uma alternativa entre neoliberalismo e fascismo”.
“Unida, a esquerda venceu a extrema-direita nas urnas, agora terá de a vencer na governação e nas políticas públicas”, observou o líder socialista, considerando que “a melhor barreira contra a extrema-direita está”, também aqui, “na defesa e aprofundamento do Estado social”.
Esquerda e democratas ganham vigor na Europa
A vitória da frente de esquerda e a derrota da extrema-direita francesa foram também saudadas pelo presidente do Partido Socialista, Carlos César, dando nota do seu significado, a par da vitória do Partido Trabalhista no Reino Unido, no plano europeu.
“Depois da vitória dos trabalhistas no Reino Unido e da derrota da extrema-direita no caso francês, o futuro parece divergir daquele que muitos auguravam. As esquerdas e os democratas na Europa ganham vigor. A vitória da Frente Popular é histórica e relevantíssima no plano europeu. As notícias do desaparecimento do PS em França eram manifestamente exageradas e a renovação que teve, depois do colapso na era Hollande, deve ser consolidada”, relevou Carlos César.
“O desafio para a estabilidade e a democracia francesas passam pela difícil constituição e composição do próximo governo. Há áreas programáticas muito sensíveis que carecerão de uma definição que não ficou ainda clara nas propostas pré-eleitorais. É importante que as condições políticas específicas geradas por esta segunda volta das eleições, bem como a nova composição parlamentar, sejam consideradas e que as esquerdas as compreendam. Com realismo, moderação e sentido europeu”, sustentou o presidente do Partido Socialista.