“Já há muito tempo que chamei a atenção para o facto de, entrando em período eleitoral, nós iríamos assistir a uma descarada falta de isenção, de imparcialidade, de independência naqueles que hoje são titulares das mais importantes funções políticas”, assinalou.
O líder socialista falava aos jornalistas sobre o anúncio feito pelo primeiro-ministro, numa ação de campanha autárquica em Évora, de que o Complemento Solidário para Idosos vai aumentar 40 euros no próximo ano.
Para José Luís Carneiro, a confusão entre o cargo de primeiro-ministro e de líder partidário, por parte de Luís Montenegro, e a instrumentalização do próximo Orçamento do Estado, não aparecem como uma surpresa.
Antes do início oficial de campanha, o Secretário-Geral do PS avisara já que o Governo não teria pudor e iria usar as duas semanas de campanha para as autárquicas para apresentar “medidas eleitoralistas” a “conta-gotas”.
“Eu acredito que nós agora, nestes 15 dias [de campanha], vamos ter uma espécie de conta-gotas que vai alargando medidas eleitoralistas até às eleições. Julgo que é isso que vai acontecer porque, se o Governo tivesse pudor, não tinha feito o que fez nas últimas eleições legislativas no Mercado do Bolhão”, anteviu então.