Saudação ao VII Congresso do MPLA do Presidente do Partido Socialista
Luando, 17 a 20 agosto de 2016
Senhor Presidente do Movimento Popular de Libertação de Angola,
Caros e Caras Camaradas do MPLA,
Convidados,
Minhas Senhoras e meus Senhores,
Neste momento em que tenho o privilégio de me dirigir, pela primeira vez, em nome do Partido Socialista português, ao Congresso do MPLA, quero deixar uma saudação afetuosa e muito especial a todos os congressistas.
Cumprimento, em meu nome pessoal e também em nome do Partido Socialista, de forma especialmente fraterna, o Presidente do MPLA, José Eduardo dos Santos. Dirijo também os nossos cumprimentos às organizações fraternas do MPLA, à Organização da Mulher de Angola e à Juventude do MPLA, e ainda às delegações dos partidos irmãos e dos partidos convidados que participam neste Congresso.
Angola e Portugal têm, há muito, um compromisso fraterno, indissociável da proximidade histórica, linguística e cultural que os nossos dois povos irmãos têm vindo, a par e passo, a construir, a reforçar e a intensificar. A relação entre Angola e Portugal, e também entre o MPLA e PS, vive do contacto e da cooperação permanentes, do diálogo, da troca de opiniões, dos esforços para o cumprimento das políticas globais e da comunhão de esforços para o que mais interessa a ambos os países.
Sabemos que muito une os nossos dois países e os nossos dois povos, e orgulhamo-nos desta nossa proximidade. Tudo desejamos fazer para a tornar mais efectiva e mais produtiva – é esse o significado maior da nossa presença neste congresso.
Há milhares de portugueses que vivem em Angola, que aqui se sentem em casa, que fizeram deste país o seu lar, da mesma forma que também são muitos milhares os angolanos que vivem em Portugal e que nós acolhemos de braços abertos.
A relação afetiva entre os nossos dois povos ainda recentemente conheceu uma manifestação espontânea comovente quando, no mês passado, vimos as imagens dos festejos em Luanda da vitória de Portugal no Campeonato da Europa de Futebol. Temos todos a obrigação de seguir e aprofundar esta relação fraterna e entusiástica.
Também no plano económico, as nossas relações devem merecer especial destaque. Muitas são as empresas portuguesas que escolheram Angola como mercado principal, e é inegável que Angola lhes abriu um incomparável mundo de oportunidades; o mesmo acontece com as empresas angolanas que investem no nosso país, que fomentam o emprego, o crescimento da economia e o desenvolvimento de Portugal.
A relação económica entre Angola e Portugal viveu um período de enorme crescimento, também fruto do fortalecimento das relações políticas e diplomáticas que tiveram um forte impulso na última década. As mais recentes dificuldades sentidas por força de factores internacionais de mercado alertam-nos para um trabalho comum. Por isso, os nossos dois países não podem deixar de concertar esforços para relançar políticas de reforço das suas economias, aprofundando as suas complementaridades e benefícios comuns. Esse é um objectivo em que o governo português recentemente empossado está sinceramente empenhado.
Angola tem, atualmente, uma importância fulcral no contexto das nações africanas, em particular, na região da África Ocidental, onde assumiu em definitivo o seu papel de ator estratégico, sendo inegável o seu lugar de destaque no âmbito das organizações internacionais e pan-africanas de que faz parte. Saudamos essa posição essencial.
Caras e caros camaradas
Enquanto Presidente do Partido Socialista, não posso deixar de sublinhar o grande empenho que os nossos dois partidos têm colocado no fortalecimento das nossas relações de cooperação. O Movimento Popular para a Libertação de Angola e o Partido Socialista têm trilhado um caminho comum, um continuado diálogo político e uma colaboração concreta em áreas estratégicas de interesse mútuo, incluindo no âmbito da nossa família política no seio da Internacional Socialista. Estou convencido que esse caminho de proximidade será cada vez mais produtivo.
No atual panorama político internacional, acreditamos cada vez mais na importância de reforçar a cooperação com os países de língua oficial portuguesa, quer através do fortalecimento das relações bilaterais entre países, quer através da consolidação e do reforço do papel da Comunidade de Países de Língua Portuguesa.
A CPLP deve ser valorizada como plataforma fundamental de articulação institucional e diplomática, com projecções no desenvolvimento político, económico, social, científico e cultural do espaço lusófono; o reconhecimento da lusofonia, como uma poderosa competência identitária, pode e deve constituir uma marca importante que nos valoriza sem dúvida no espaço internacional.
O PS defende, no seu programa eleitoral e de governo, o reforço da CPLP através de propostas concretas de valorização dos nossos recursos, de afirmação da língua portuguesa, da implementação da cidadania lusófona e de estreitamento da ligação entre os nossos países.
Queremos, pois, que a nossa cooperação seja transversal, acompanhada por uma estratégia que abranja todas essas áreas fundamentais, que vão desde a economia, à cultura, ao ensino ou ao património.
Permitam-me que termine destacando a importância de Angola no apoio inequívoco à candidatura de António Guterres a secretário-geral das Nações Unidas.
A eleição de António Guterres será uma vitória da Lusofonia, mas também de valores que partilhamos e que se destinam à materialização de um Mundo mais justo. Ter um Secretário-Geral da ONU que, para além da sua dimensão reconhecida, é um profundo conhecedor das realidades, da emergência e da importância do continente africano é, sem dúvida, um património de intervenção futura a salvaguardar. Um património de todos nós.
Caras e caros amigos e camaradas
Uma vez mais, o nosso obrigado pelo vosso convite.
Aqui deixo, como Presidente do Partido Socialista de Portugal, os nossos votos para o vosso sucesso na construção da democracia, da paz e do desenvolvimento neste país irmão. O vosso sucesso é o nosso sucesso!
Viva a República Popular de Angola.
Carlos César – Presidente do Partido Socialista