Roteiro para futuro da Europa tem “base de entendimento entre Costa, Juncker e Macron”
Falando numa sessão plenária do Parlamento Europeu, sobre as grandes prioridades políticas que serão objeto de discussão na próxima reunião do Conselho Europeu, prevista para os próximos dias 19 e 20 de outubro, a vice-presidente do Grupo Socialistas e Democratas, Maria João Rodrigues, criticou o facto de a Europa estar a “desperdiçar muito tempo” com o Brexit, as eleições em França e na Alemanha, lembrando que existe um “roteiro para o futuro da Europa”, em relação ao qual os principais líderes europeus já manifestaram o seu acordo.
Trata-se, como garantiu, de um “plano que é claro”, que despertou já uma “boa base de entendimento” entre os principais líderes europeus, desde o presidente da Comissão Europeia, Jean-Claude Juncker, passando pelo presidente francês, Emmanuel Macron ou do líder do Governo português, António Costa, sendo agora o tempo certo, como defendeu, para que esse plano seja implementado porque a Europa, alertou, “não pode esperar mais”.
A eurodeputada socialista destacou na ocasião várias medidas do roteiro para o futuro da Europa, designadamente a gestão do dossier sobre a migração, que na sua opinião exigirá uma “verdadeira parceria” com África, o que ajudará a “potenciar o desenvolvimento nos países de origem”, mas também em relação ao que designou ser uma “preocupação crescente” sobre os efeitos da revolução digital e a sua transposição em mais e melhores empregos, problemática, como aludiu, exige que a União Europeia implemente um “Pilar Social” que garanta condições de trabalho decentes e a “adequada proteção social para todo o tipo de contatos laborais”.
Maria João Rodrigues teve ainda oportunidade para defender que a “única maneira” de ver estas e as outras medidas do roteiro para o futuro da Europa avançar, é “colocar fim às divergências socioeconómicas”, e aprovar um “orçamento comunitário” que esteja à “altura dos desafios” que União Europeia e os seus cidadãos têm pela frente.
De forma clara, Maria João Rodrigues rejeitou ainda a tese defendida por alguns de que não há dinheiro para avançar com estas e outras medidas, lembrando aos mais céticos que uma “boa fonte de financiamento” poderá e deverá estar nos impostos que as grandes multinacionais “deviam pagar no âmbito da economia digital quando beneficiam do mercado interno europeu”.