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Rigor e consolidação dos bons resultados recomenda que “ainda não é tempo para desconfinamento”

Rigor e consolidação dos bons resultados recomenda que “ainda não é tempo para desconfinamento”

Portugal “tem vindo a executar com enorme rigor” o plano de vacinação e a utilizar todas as vacinas que lhe têm sido disponibilizadas, garantiu o primeiro-ministro, advertindo que este não é ainda o tempo para o desconfinamento.
Rigor e consolidação dos bons resultados recomenda que “ainda não é tempo para desconfinamento”

Tal como seria expectável, o Governo voltou a aprovar na reunião da passada semana do Conselho de Ministros, “sem qualquer alteração”, a renovação do decreto-lei sobre o estado de emergência que tinha ratificado há 15 dias, referindo o primeiro-ministro aos jornalistas que, apesar das medidas decretadas pelo executivo estarem a “produzir os efeitos desejados” na redução dos contágios, mas também na diminuição do número de óbitos, “este ainda não é o tempo do desconfinamento”, comprometendo-se a apresentar no dia 11 de março o plano de desconfinamento, “que será gradual em termos de abertura de atividades”.

O país atravessa neste momento, como assinalou António Costa, “uma fase perigosa” que pode criar a ilusão de que “o pior já passou” e que já “não corremos o risco de regredir”, um engano que segundo o primeiro-ministro resulta do facto de o país apresentar nas últimas semanas números mais otimistas em relação ao avanço da doença de Covid-19, que sendo um cenário verdadeiro e positivo continua, contudo, a recomendar toda a prudência em matéria de desconfinamento, lembrando que nos últimos dias tem havido uma “ligeira subida do índice de transmissibilidade (Rt)”, sobretudo devido a uma “maior mobilidade”.

Manter a decisão

De acordo com o primeiro-ministro, há duas as razões principais que justificam que o Conselho de Ministros tenha mantido a decisão de não alterar o decreto regulamentar do estado de emergência que o Governo ratificou há 15 dias, mantendo o confinamento geral da população: uma primeira justificação que tem a ver com o facto de, apesar de as medidas adotadas há duas semanas terem já começado a “produzir os efeitos desejados” no controlo da pandemia e a “evidenciar uma redução e estabilização do fator de transmissibilidade da doença”, ainda existirem claros sinais de perigo de uma regressão relativamente “àquilo que tão duramente tem sido conquistado”. Uma segunda razão prende-se com a necessidade de continuar a ter uma evolução positiva na diminuição do número de novos casos diários, o que só se conseguirá, como aludiu, mantendo o atual modelo de confinamento.

António Costa lembrou depois que Portugal a nível europeu passou há 15 dias de ostentar a imagem do pior país dos 27, quando ocupava o primeiro lugar no número de novos casos por 100 mil habitantes, para uma posição bastante mais confortável, “mas ainda longe” de ter alcançado os resultados “que todos desejamos”, o que não esconde, como também mencionou, que o país tenha nas últimas semanas registado uma “franca melhoria” quer em relação à diminuição do número de novos contágios diários, quer de óbitos.

Consonância institucional

O primeiro-ministro garantiu ainda que desde o início da pandemia da Covid-19 que não houve uma única medida aprovada sobre esta matéria em que o Governo e o Presidente da República não estivessem de acordo e em “total consonância”, dentro da mais absoluta “solidariedade institucional”, também com a Assembleia da República”, reconhecendo contudo que, se o Governo e o Presidente “não partem por vezes de um primeiro ponto de vista idêntico”, acabam por “chegar à mesma conclusão e a um resultado que nos une a todos”.

Para António Costa, esta cooperação estratégica “tem sido muito importante para que o país aceite e respeite as medidas muito difíceis que têm sido adotadas” e que muito têm afetado, com reconheceu, a vida de todos, o funcionamento das empresas e de todas as instituições.

Quanto ao ritmo com que estão a ser vacinados os portugueses, o primeiro-ministro mencionou que o país tem vindo a executar o plano de vacinação e a “utilizar todas as vacinas que lhe são disponibilizadas”, garantindo que até ao final de março vão estar vacinadas “todas as pessoas entre os 50 e os 65 anos com comorbilidades associadas e cerca de 80% dos idosos com mais de 80 anos”.