Falando aos jornalistas em Leiria, onde realizou uma ação de campanha, Pedro Nuno Santos reagiu às declarações do vice-presidente do CDS e candidato a deputado pela AD, Paulo Núncio, que, num debate promovido pela Federação Portuguesa pela Vida, defendeu medidas para limitar o acesso das mulheres ao aborto e, logo que possível, a realização de um novo referendo à lei da descriminalização da IVG, com o propósito de a reverter.
Para o líder do PS, estas declarações não devem ser tomadas de ânimo leve, sinalizando um risco efetivo de retrocesso em direitos conquistados, revelando também que a AD representa “um projeto de recuo, de regresso ao passado” e que isso deve “ficar claro” a todos os portugueses.
“Aquilo que nós vemos é uma AD a querer voltar para trás. Voltar para trás para onde? Ao tempo da prisão, da criminalização e do risco de vida para a mulher? Porque esse tempo nós já o ultrapassámos. Nós queremos apontar para o futuro, não é apontar para o passado”, afirmou o líder socialista, sublinhando a legalização do aborto “é um assunto resolvido na sociedade portuguesa”.
Pedro Nuno Santos assinalou também, com “preocupação”, as palavras do líder do PSD, Luís Montenegro, sobre pensões, ao ter afirmado que se demitiria caso tivesse de cortar numa reforma.
“Aquilo que o líder do PSD mostra com esta declaração é que não aprendeu nada. Não há necessidade de cortar pensões. Nós provámos que não é preciso cortar pensões e cortar pensões não resolveu nenhum problema. Antes pelo contrário, agravou-o”, disse.
Para Pedro Nuno Santos, o que Luís Montenegro está a deixar implícito é que, “ao primeiro aperto, serão sempre os mesmos a ser apertados”, apelando, por isso, aos pensionistas que não deem “sequer oportunidade ao PSD e à AD” de o poderem fazer.
“A cada dia que passa, isso fica mais claro: é nas pensões, é agora nos direitos das mulheres e é por isso que eu apelo mesmo ao voto de todos os pensionistas, de todos os reformados, e apelo às mulheres para defenderem também os seus direitos, aquilo que conquistámos”, reforçou.
Economia com valor acrescentado e melhores salários
Nesta visita à Startup Leiria, uma incubadora de empresas criada em 2004, Pedro Nuno Santos visitou várias bancas, tendo ouvido várias apresentações de empresários de ‘start-ups’, muitos deles estrangeiros, que, entre outros, desenvolvem ‘software’ áudio para filmes e séries de Hollywood – como a ‘Guerra dos Tronos’ ou ‘Stranger Things’.
Para o líder socialista, é através do apoio a projetos que apostam na inovação que o país vai conseguir ter uma economia mais forte e sofisticada.
“Esta é uma incubadora de empresas, empresas tecnológicas que fazem ‘software’, fazem serviços para o mundo. É com esta estratégia de desenvolvimento que nós vamos poder ter uma economia vibrante, a produzir maior valor acrescentado e a pagar melhores salários”, concretizou.