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Responsabilidade perante as vítimas, apoio às populações e agir para que nada fique como antes

Responsabilidade perante as vítimas, apoio às populações e agir para que nada fique como antes

“Não vou fazer jogos de palavras”, afirmou o primeiro-ministro hoje na Assembleia da República, em resposta ao PPD/PSD. Se “querem ouvir um pedido de desculpas” a propósito das vítimas dos fogos florestais, “eu peço desculpa”.

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O respeito que se impõe ao PS

Intervindo no Parlamento na abertura do debate quinzenal, praticamente todo dedicado aos fogos florestais, o primeiro-ministro sustentou que se antes não tinha pedido publicamente e de forma clara desculpas às famílias das vítimas, não foi por “não sentir peso na consciência”, garantindo que viverá o resto da sua vida “com este peso”.

António Costa justificou o não ter pedido desculpas de forma explícita às famílias das vítimas porque reserva a palavra desculpa para a vida privada, e enquanto primeiro-ministro, acrescentou, “uso a palavra responsabilidade”.

Reconhecendo ser “inequívoco”, como ficou claro do relatório da Comissão Técnica Independente, que houve “falhas graves” dos serviços do Estado no incêndio de Pedrógão Grande, em junho passado, cumpre agora ao Estado, defendeu António Costa, “retirar consequências e assumir as responsabilidades perante as vítimas”.

Na sua intervenção António Costa voltou a defender a necessidade de um “consenso político alargado” quanto às medidas que devem ser tomadas para “prevenir novos incêndios florestais”, sustentando que agora não é altura de perguntar como fazer, mas de agir”.

Agora, acrescentou ainda o primeiro-ministro, é também tempo de “transformar em programa de ação” as conclusões que constam do relatório da Comissão Técnica Independente que servirão de base de trabalho do Conselho de Ministro extraordinário que terá lugar no próximo sábado.

Para o primeiro-ministro, após os “trágicos incêndios” ocorridos em Pedrógão Grande e em Góis, em junho, e no passado domingo na região Centro e Norte do país, cumpre ao Governo “retirar as consequências daquilo que foi estudado”, de forma a criar condições estruturais, como defendeu, “para que aquilo que aconteceu não volte a acontecer”., sustentando que “nada pode ficar como dantes”, o que em sua opinião “seria intolerável”. 

Reforçar o pilar da prevenção

Não basta ao Governo associar-se às palavras de pesar dos diversos grupos parlamentares sobre a tragédia que assolou o país, “o que faz sem qualquer dificuldade”, garantiu António Costa, sustentando que o Executivo que lidera tem hoje “muito claro” que a prioridade tem de ser a de “reforçar o pilar da prevenção”, reconstruindo o “modelo de prevenção e de combate aos incêndios”, de forma a melhorar os “mecanismos de apoio” às empresas, às famílias, aos agricultores e aos territórios.

Depois deste verão, foi outra das garantias deixadas pelo primeiro-ministro neste debate quinzenal na Assembleia da República, “nada pode ficar como antes”, porque esta seria uma opção “intolerável”, defendendo que a forma de honrar “com atos e não com palavras” quem sofreu, sofre ou sofrerá é “fazer aquilo que falta fazer”.