Falando numa receção na residência oficial da representante permanente de Portugal junto das Nações Unidas, a embaixadora Ana Paula Zacarias, o líder do Governo socialista defendeu a importância primordial de “estreitar cada vez mais as relações” entre os portugueses que residem em Portugal e os que estão espalhados pelo mundo, laços esses que disse ser “fundamental manter e conseguir promover a sua passagem de geração em geração”.
A este propósito, referiu “o trabalho que está a ser preparado” para a digitalização e desmaterialização do sistema consular, afirmando tratar-se de uma reforma “que permita não só aos consulados funcionarem em melhores condições fisicamente, mas também para que possamos ter cada um de nós um consulado no seu telemóvel”.
“É um esforço muito grande que tem de ser feito, mas temos de conseguir, para que possamos utilizar as novas ferramentas tecnológicas para podermos estar todos mais juntos”, acrescentou, sem esquecer as alterações “muito importantes” à lei para aquisição de nacionalidade por lusodescendentes.
Na sua intervenção, António Costa fez questão de deixar “uma palavra de reconhecimento” à comunidade portuguesa em Nova Iorque, apontando os emigrantes como “o melhor rosto de representação” do país no estrangeiro, estendendo ainda um agradecimento aos funcionários portugueses na ONU presentes nesta receção, em que também estiveram os ministros dos Negócios Estrangeiros, João Gomes Cravinho, e da Educação, João Costa, e o secretário de Estado do Mar, José Maria Costa.
No plano externo, o primeiro-ministro referiu-se à invasão russa da Ucrânia, para defender a importância, por vezes questionada, de instituições como a ONU e da defesa do direito internacional.
“A brutalidade com que a guerra regressou à Europa no dia 24 de fevereiro fez-nos recordar a todos que o direito internacional é mesmo um bem essencial que é necessário preservar para garantir a paz, para garantir a liberdade, o direito à autodeterminação, o direito à soberania, à integridade territorial de qualquer Estado e em qualquer local do mundo”, considerou.
Recordando, também, a luta pelo direito à autodeterminação de Timor-Leste, hoje um Estado independente membro das Nações Unidas, António Costa declarou que “apoiar as Nações Unidas é da maior importância” e com um secretário-geral português, António Guterres, “é um gosto especial”.