Nesse sentido, o também primeiro-ministro sublinhou que, tanto o objetivo fixado em 2018 de ter 3% do PIB alocado à investigação e ao desenvolvimento, como a resolução aprovada em dezembro de 2021, pelo Governo do PS, que estabelece um roteiro para avaliar a evolução rumo a esse objetivo, são “muito importantes” para se conseguir “reforçar significativamente essa capacidade de investimento”.
“Nós já temos neste momento 4.300 empresas a investir em investigação e desenvolvimento. Só de 2019 para 2020, tivemos um aumento de 14% do número de empresas que estão a fazer esse crescimento desse investimento, e esse investimento, que ao longo destes seis anos cresceu em empresas 78%, dá-nos bastante confiança de que é possível conseguirmos efetivamente reforçar esse investimento”, salientou António Costa, na iniciativa ‘Encontro com Ciência’, que motivou uma conversa com académicos e investigadores no Instituto Pedro Nunes, em Coimbra.
Sublinhando como um dado “muito positivo” que esse investimento seja protagonizado sobretudo pelas empresas, sendo esta a dinâmica que “mais assegura que vai haver cada vez maior absorção” e “maior envolvimento da economia”, António Costa observou, contudo, que a par do investimento privado e dos programas nacionais para fortalecer o investimento em ciência, há “outro objetivo” que o país tem de ter: ser capaz “de ir buscar recursos aos programas de financiamento centralizado da Comissão Europeia”.
No que se refere a este aspeto, o Secretário-geral do PS e primeiro-ministro frisou que “o que aconteceu nos últimos sete anos é exemplar”, tendo-se registado, pela primeira vez, “um balanço positivo entre a contribuição nacional” para o programa europeu de financiamento à investigação e inovação Horizonte Europa, e o que se conseguiu captar desse mesmo programa.
“O objetivo que temos que ter para os próximos sete anos é alargar ainda mais, sendo que é um objetivo realista, porque o recurso fundamental que faltava é aquele que já alcançámos, que é precisamente os recursos humanos”, com “um valor médio” de investigadores por número de habitantes “equivalente ao da Alemanha”, apontou.
“Falta-nos a outra parte da equação, mas é precisamente essa base de recursos humanos que nos permite a todos ter confiança que é possível alcançar estes objetivos”, completou o líder socialista.