Reforço do investimento na ferrovia é prioridade da próxima legislatura

Numa semana em que as questões do ambiente assumem uma relevância maior com o debate em Nova Iorque na Cimeira da Ação Climática, convocada pelo secretário-geral da Organização das Nações Unidas (ONU), António Guterres, o líder socialista foi ao distrito de Aveiro este fim de semana relembrar que Portugal está comprometido a reduzir em 40% as emissões de gases com efeito de estufa até 2030, defendendo que o investimento na ferrovia constitui uma das mais importantes medidas para se poder atingir este desiderato.

Segundo o Secretário-geral do PS e primeiro-ministro, a importância do investimento e do desenvolvimento da ferrovia assume nos dias de hoje um caráter decisivo não só para os portugueses, “mas para toda a humanidade”, garantindo tratar-se de um objetivo que está sustentadamente relacionado com o combate às alterações climáticas, lembrando que Portugal “foi o primeiro país do mundo” a fixar objetivos de neutralidade carbónica em 2050, tendo na altura estabelecido um roteiro onde se propõe “antecipar para 2030 as metas mais exigentes”.

O líder socialista falava este domingo à chegada à estação ferroviária de Espinho, no distrito de Aveiro, depois de uma viagem de comboio que o trouxe de Oliveira do Hospital na companhia, entre outros, dos ministros das Infraestruturas e Habitação, Pedro Nuno Santos, e da Modernização Administrativa, Mariana Vieira da Silva, reafirmando já na cidade que o setor dos transportes, nomeadamente a ferrovia, é “fundamental” para que o país possa alcançar os objetivos a que se propõe em matéria de neutralidade carbónica.

Programa estratégico

Para António Costa, as “metas ambiciosas” em matéria de modernização do setor dos transportes públicos que o PS apresentou aos portugueses são mesmo para avançar, sob pena de Portugal, como referiu, não conseguir cumprir com o que se comprometeu, recordando a este propósito o programa ferrovia 2020, o plano nacional da indústria ferroviária, a modernização das grandes redes de metro de Lisboa e do Porto, a renovação do material circulante e o aumento da oferta de transporte fluvial, tudo, como salientou, objetivos “cruciais para alcançar as metas” anunciadas.

Também o ministro das Infraestruturas e Habitação, Pedro Nuno Santos, fez questão de salientar que, ao contrário da ‘velha ordem’ que considerou o transporte ferroviário como sendo o “transporte do passado”, os socialistas consideram-no o “transporte do futuro” e uma “das principais apostas do Governo do PS”.

O ministro Pedro Nuno Santos não deixou, contudo, de se referir aos distintos problemas acumulados que a ferrovia portuguesa ainda enfrenta, falando especificamente na Linha do Vouga, no distrito de Aveiro, que liga Espinho a Sernada do Vouga, referindo que modernizar e conectar esta linha à Linha do Norte que faz a ligação de Lisboa ao Porto “é um dos grandes objetivos” de um futuro Governo socialista, lembrando que esta é uma medida que faz parte integrante do programa nacional de investimentos” que o PS apresentou aos portugueses.