A Cimeira Social do Porto “destina-se a pôr mais uns blocos numa parte da casa europeia, uma parte central na arquitetura desta casa, que é a relativa à dimensão social, à proteção social, ao sistema de formação e de qualificações, às políticas de emprego”, disse o ministro Augusto Santos Silva, em forma de analogia entre a edificação da União Europeia (UE) e de uma casa.
Por vezes, surgem “rabanadas de vento que estragam” o edificado ou surgem “pessoas com picaretas que derrubam” o que já está construído, alertou Augusto Santos Silva, durante a entrevista que concedeu ontem ao ‘podcast’ “Política com Palavra”, do Partido Socialista (PS).
“O nosso objetivo é reforçar a dimensão social da União Europeia e pensamos que é o tempo adequado para isso. Por duas razões: em primeiro lugar, porque estamos confrontados, hoje, com uma crise económica e social muito profunda, por causa da pandemia e, portanto, queremos que a nossa recuperação seja justa e não deixe ninguém para trás”, afirmou Santos Silva.
A segunda razão prende-se com o fato de a presidência portuguesa estar a trabalhar para que a recuperação económica e social da crise provocada pela pandemia de Covid-19 seja, “ao mesmo tempo, uma transformação”, avançou o ministro.
“Nós queremos tornar a economia europeia mais amiga do ambiente, mais verde, aproveitando plenamente as enormes potencialidades das tecnologias de informação, e, portanto, mais digital”, salientou o ministro dos Negócios Estrangeiros.
“É preciso reforçar a dimensão social, é preciso que os sistemas de formação e qualificação sejam mais acessíveis, é preciso que as políticas de emprego sejam mais ativas e é preciso que sejam reforçados mecanismos de proteção social” para que “esta dupla transição seja bem-sucedida”, sublinhou o ministro Augusto Santos Silva.