Reforçar o Serviço Nacional de Saúde
Durante a audição parlamentar da passada terça-feira, dia 27 de setembro, o ministro da saúde teve a oportunidade de responder às várias perguntas dos deputados da comissão de saúde. Nessa audição, Adalberto Campos Fernandes pode explicar como o governo está a reforçar o Serviço Nacional de Saúde.
Adalberto Campos Fernandes afirmou que o Governo tem “aberto caminho” para uma nova abordagem de incentivos que dá aos médicos a possibilidade de encararem o seu futuro profissional fora dos grandes centros.
“O procedimento legislativo foi aprovado na generalidade no Conselho de Ministros temático para a saúde e, agora, há trabalho a fazer com as organizações sindicais e os representantes dos médicos”.
O governante considerou que esta alteração pode transformar de “forma significativa” a realidade do Serviço Nacional de Saúde (SNS), acrescentando que “pela primeira vez” o governo encara de frente a necessidade de proteger o interior e de dignificar as condições do exercício da profissão médica.
“Queremos acabar com esta dependência de empresas prestadoras de trabalho médico que tão mal tem feito ao sistema de saúde e à qualidade dos serviços, sobretudo em zonas do país que têm direito a ser tratadas como é tratado o Porto e Lisboa”, salientou.
“A partir do próximo ano, e com o número de contratações, iremos tornar o recurso às empresas absolutamente marginal, que é aquilo que ele deve ser”, afirmou o ministro Adalberto Campos Fernandes aos deputados da comissão parlamentar de Saúde.
A proposta consta do Programa Nacional para a Coesão Territorial e é uma das medidas do novo pacote de incentivos para a colocação de médicos nas áreas do país onde há maior carência de clínicos, depois do plano traçado pelo anterior ministro da Saúde, Paulo Macedo, ter convencido apenas 20 médicos, adiantou.
A par deste incentivo, o ministério quer reduzir em 90% os profissionais contratados a empresas pelo Serviço Nacional de Saúde.
Para prosseguir estas políticas, já há mais 3.800 profissionais no Serviço Nacional de Saúde (SNS) no último ano, segundo dados do ministro da Saúde, que considera histórico o número de colocações de trabalhadores de saúde.
Na comissão parlamentar de saúde, Adalberto Campos Fernandes disse que de setembro do ano passado para setembro deste ano há mais 3.861 pessoas a trabalhar no SNS. Destes profissionais, cerca de mil são médicos e 1.600 são enfermeiros.
Acresce ainda a entrada de mais de dois mil clínicos que concluíram o internato.
“Estamos historicamente perante o maior número de colocação de médicos e de outros profissionais”, declarou o ministro da Saúde.
O Ministério da Saúde diz ainda que entraram recentemente cerca de 450 médicos especialistas hospitalares, incluindo vários clínicos há muito fora do SNS.
Além deste esforço no reforço e na consolidação dos profissionais e recursos humanos “num quadro de responsabilidade orçamental”, Adalberto Campos Fernandes anunciou também o reforço intensivo de meios informáticos nos cuidados de saúde primários. Mais de 10.000 novos computadores vão começara ser distribuídos a partir desta semana no Serviço Nacional de Saúde, mas também haverá um reforço ao nível das redes de comunicações.
O ministro da Saúde lembrou que os últimos anos foram de interrupção de investimento e que é necessário começar a olhar para as necessidades de reposição de investimento, nomeadamente na área tecnológica, calculando que seriam necessários 800 milhões de euros para repor todas as necessidades.