Reforçar a confiança no futuro do projeto europeu
Antes de se referirem em concreto aos documentos que assinaram, António Costa e o líder socialista do PSOE, Pedro Sanchéz, invocaram, a propósito dos 30 anos de adesão de Portugal e Espanha à Comunidade Económica Europeia (CEE), as figuras dos líderes históricos Mário Soares e Felipe Gonzalez, lembrando a luta que ambos empreenderam pelo aprofundamento da integração ibérica e da União Europeia.
Aprofundar a integração e a cooperação ibérica é o compromisso programático subscrito pelos dois partidos com o objetivo de desenvolver um programa de reformas e de políticas comuns, que será posto em prática em Portugal e em Espanha, caso os dois partidos socialistas ibéricos formem Governo nos respetivos países no último trimestre deste ano.
Como defendeu António Costa, trata-se de um documento que pretende estabelecer a convergência de reformas políticas que priorizam e reforçam a União Europeia, “tal como o PS e o PSOE estão aqui a fazer”, advertindo que a Europa tem hoje ameaças suficientes na sua envolvente para se “poder dar ao luxo” de enfraquecer dividindo-se.
Os acordos agora assinados, salientou o Secretário-geral do PS, pretendem reforçar a união entre os dois países ibéricos, porque é fundamental, como enfatizou, para que os cidadãos possam circular de um país para outro sem terem tarifas acrescidas no ‘roaming’ das comunicações, ou sem terem que adquirir novos aparelhos para pagar portagens.
Reforços da união que António Costa pretende ver estendido também às empresas, para que não tenham de repetir as licenças que já possuem do seu próprio país.
Por sua vez, Pedro Sanchéz recordou que o PSOE sempre se bateu por um projeto europeu solidário e pela moeda única, alertando as autoridades europeias, neste particular, para que tenham sempre presente que uma das matrizes fundadoras da União Europeia é “e tem de continuar a ser” a solidariedade entre estados e povos.
Apelou por isso aos líderes europeus para que saibam encontram o tom certo em relação à Grécia, propondo que tanto Atenas como Bruxelas saibam encontrar as medidas concretas para passarem da retórica à prática.
Ambos os líderes defenderam que governos socialistas do PS e do PSOE, em Portugal e em Espanha, serão uma garantia de que se pode mudar a política económica e social, centrando nos cidadãos o foco principal das preocupações governativas.
No documento assinado por António Costa e Pedro Sanchéz é avançada a possibilidade de os dois países ibéricos passarem de futuro a partilhar embaixadas, consulados e espaços culturais como o Cervantes e o Instituto Camões, recordando António Costa que a partilha de embaixadas já é uma prática “seguida há algum tempo em parte da Europa”.