Luís Montenegro “vive condicionado pela extrema-direita” e, por isso, hoje decidiu alterar a posição do PSD em relação à morte medicamente assistida, criticou Eurico Brilhante Dias em declarações aos jornalistas, no Parlamento, lamentando esta “atitude seguidista”.
O líder parlamentar do Partido Socialista considerou mesmo a intervenção de Luís Montenegro “uma autêntica desautorização do Grupo Parlamentar do PPD/PSD”, que “tem sido colaborante, atuante e tem trabalhado na comissão e no grupo de trabalho de forma muito positiva”.
“A 9 de julho deste ano foi votado o projeto de lei para a despenalização da morte medicamente assistida e, em paralelo, foi votado um projeto de resolução do partido da extrema-direita parlamentar que propunha um referendo”, tendo este último sido chumbado com votos do Partido Socialista e “também com votos de deputados do PPD/PSD”, recordou.
Eurico Brilhante Dias frisou que o processo da morte medicamente assistida é “maduro”, já atravessou três legislaturas e teve intervenção de outros órgãos de soberania. “Nesta sessão legislativa já teve a sua votação em comissão adiada três vezes para pequenos afinamentos de texto, com grande colaboração do Grupo Parlamentar do PPD/PSD”, disse o líder parlamentar socialista, que lembrou “em nenhum destes adiamentos o Grupo Parlamentar do PPD/PSD suscitou sequer a questão do referendo”.
O presidente da bancada socialista lembrou ainda que a morte medicamente assistida está há sete anos a ser discutida dentro do PS e defendeu que, “passados cinco anos de processo legislativo, o Parlamento está preparado para votar” o diploma.
Para Eurico Brilhante Dias, a declaração de Luís Montenegro “é apenas um pequeno fogacho político na senda desse seguidismo da agenda da extrema-direita”, não credibilizando “a política e, em particular, o maior partido da oposição”.
O presidente do Grupo Parlamentar do PS mostrou-se “surpreendido” por o presidente social-democrata não ter “propostas concretas que melhorem a vida dos portugueses”, mas, ao mesmo tempo, ir fazendo “um périplo de bota-abaixismo e de maledicência pelo país”.
“Este é o momento de o Parlamento, com a sua voz, tomar uma posição e, acima de tudo, responder aos portugueses que esperam que os políticos deem uma resposta para problemas concretos”, assegurou Eurico Brilhante Dias.