Reunidos na cidade francesa de Montpellier, no passado domingo, para debater a situação na Ucrânia, os governantes socialistas europeus condenaram fortemente a “agressão” perpetrada pelo líder do regime russo, Vladimir Putin, manifestando preocupação pelas “consequências de uma guerra injustificada e não provocada, às portas da Europa”, e sustentando o imperativo da União Europeia reforçar o apoio e a cooperação com a Ucrânia, assim como a proteção e assistência ao povo ucraniano, atingido pelo conflito.
Neste sentido, os governantes de Portugal, Bélgica, Finlândia, Alemanha, Itália, Luxemburgo e Suécia, juntamente com representantes do Grupo dos Socialistas e Democratas (S&D) no Parlamento Europeu, adotaram uma declaração conjunta, sustentando que a União Europeia deverá:
- Assegurar, a todo o custo, a proteção das vidas humanas;
- Providenciar e reforçar a ajuda humanitária imediata a todos os afetados pela guerra;
- Coordenar ações de política que transmitam um sinal inequívoco à Federação Russa, em linha com os valores europeus da democracia, liberdade, igualdade, justiça e paz;
- Promover uma resposta solidária e partilhada entre todos os Estados-membros no acolhimento dos refugiados;
- Fortalecer a cooperação multilateral e internacional na resposta ao conflito na Ucrânia;
- Combater qualquer tentativa divisória por meio de campanhas de propaganda e de desinformação, condenando e rejeitando a instrumentalização desta guerra e da crise de refugiados que dela resulta em nome de interesses nacionais ou razões xenófobas;
- Planificar, a longo prazo, no sentido de que o apoio à Ucrânia, e aos países atingidos indiretamente pelas consequências desta guerra, tenha continuidade em políticas de desenvolvimento sustentável;
- Mitigar os impactos económicos globais resultantes do conflito, nomeadamente no que respeita às cadeias de fornecimento alimentar e energético;
- Manter e reforçar as capacidades de intervenção europeia em matéria de Cooperação e Desenvolvimento, através de um diálogo inclusivo com os países parceiros, na prevenção de conflitos e na construção da paz.
“Estamos com a Ucrânia e não abdicamos do combate pela sua independência, soberania e integridade territorial. Estamos, igualmente, com todos os Estados-membros que estão a oferecer ajuda sem precedentes aos refugiados vindos da Ucrânia. Enquanto social-democratas, estamos na linha da frente do combate pela solidariedade, igualdade e liberdade globais. Iremos continuar a prosseguir o nosso objetivo de um futuro justo, pacífico e próspero para todos”, concluem os governantes socialistas europeus.
A declaração conjunta foi subscrita pelo secretário de Estado português dos Negócios Estrangeiros e da Cooperação, Francisco André, na qualidade de presidente da reunião ministerial do PSE, pelos ministros e governantes Meryame Kitir (Bélgica), Ville Skinnari (Finlândia), Svenja Schulze (Alemanha), Marina Sereni (Itália), Franz Fayot (Luxemburgo) e Matilda Ernkrans (Suécia), assim como por Udo Bullmann, coordenador do Grupo S&D no Parlamento Europeu para a área do Desenvolvimento, e Giacomo Filibeck, secretário-geral adjunto do Partido Socialista Europeu.