Recuperar o investimento na atividade científica
“Temos de investir na atividade científica. Portugal, nos últimos cinco anos, reduziu o investimento global que chegou a atingir 1,6% do PIB para 1,3% e por isso afastamo-nos da média europeia e esse é que é o esforço coletivo. Trazer mais jovens para o Ensino Superior e promovermos a cultura científica na população e nas empresas”, referiu o governante, que participou no Porto num debate dedicado à “Ciência Urbana”, integrado no ciclo de debates que assinala os 30 anos da integração de Portugal na União Europeia.
Manuel Heitor, que participou no debate ao lado do eurodeputado socialista Carlos Zorrinho, assumiu o objetivo de “atrair mais jovens para o conhecimento”, recordando que Portugal “ainda só consegue que um terço dos jovens com 20 anos participem no ensino superior”.
“Há um pedido geral de todas as instituições para que voltemos a crescer e a aproximarmo-nos da Europa e a afastarmo-nos daquilo que foram as políticas de contenção e redução da despesa pública, que alavancou uma redução brutal da despesa privada na área do conhecimento”, referiu o titular da pasta da Ciência, assinalando que Portugal forma 1,8 doutorandos por cada 10 mil habitantes por ano, comparando aos 2,5 da Holanda e aos quatro da Finlândia.
“Temos de desenvolver a capacidade de atrair pessoas e talentos e as instituições científicas também têm a obrigação de diversificar a oferta” defendeu, sublinhando que “o papel principal das políticas de ciência é criar oportunidades”.
Programa Europeu Horizonte 2020
Na primeira sessão do debate, que se insere no programa «União Europeia – 30 anos, 10 debates», promovido pelo Ministério dos Negócios Estrangeiros, a secretária de Estado dos Assuntos Europeus, Margarida Marques, apontou que o Programa Europeu Horizonte 2020, principal instrumento europeu especificamente orientado para o apoio à investigação, dispõe de 80 mil milhões de euros destinados a três pilares: excelência científica, liderança industrial e desafios societais.
Margarida Marques assinalou ainda que dos 413 projetos portugueses financiados pelo programa em 2015, “as áreas principais situam-se na energia e tecnologias de informação e comunicação”.