Consciente de que estava em causa a defesa de um país democrático, mais justo e igualitário, num momento fundador do novo regime como constituía a realização destas primeiras eleições legislativas após o derrube da ditadura, o Partido Socialista apresentou-se com um lema que ilustra bem esse propósito: “Vencer para construir Portugal”.
No programa de governo que propôs aos portugueses são traçados objetivos claros e definidas ações concretas para o futuro do país, como lançar as bases dos serviços nacionais de saúde e de segurança social, ampliar o acesso à educação, promover um programa de habitação social, desenvolver os transportes coletivos, alcançar o pleno emprego, fomentar o cooperativismo, remover da legislação as discriminações de que a mulher era vítima ou, entre outros, integrar os portugueses vindos das ex-colónias com plena igualdade de direitos e deveres.
A candidatura de Portugal à adesão às Comunidades Europeias era uma das principais prioridades assumidas
pelo PS. Por isso, mesmo antes do arranque da campanha eleitoral, organizou uma grande cimeira onde afirmou a histórica expressão “A Europa Connosco” e em que ficou bem patente o apoio que recebeu de vários partidos socialistas e sociais-democratas da Europa Ocidental.
Para o PS, a abertura de Portugal à Europa significava, além de uma oportunidade para o desenvolvimento económico e social do país, o reforço da democracia portuguesa. O programa do partido destacava ainda: “assim se criarão condições favoráveis à concretização da nossa vocação histórica, como elo de ligação entre a Europa a que pertencemos e o Terceiro Mundo a quem nos ligam tantas afinidades”.