Pedro Nuno Santos falava na sessão de apresentação dos estudos de viabilidade económica, técnica e ambiental do troço, que decorreu neste município do distrito de Bragança e onde esteve também presente a ministra da Coesão Territorial, Ana Abrunhosa.
“É muito claro que a Linha do Douro tem um potencial único no mundo”, apontou o governante socialista, defendendo, por isso, que esta infraestrutura “deve ser aproveitada em toda a sua plenitude”, fazendo o comboio “chegar à fronteira”.
“Vamos explorar até ao fim o potencial desta grande região, das mais bonitas do mundo, explorar e aproveitar sempre com grande respeito ambiental este nosso diamante e com isso beneficiar toda a nossa população”, acrescentou.
A ministra da Coesão Territorial, por sua vez, disse que o estudo de viabilidade representa um “passo importante” para fazer avançar este investimento, resultando “de um compromisso que fizemos no passado” e que foi “constituir um grupo de trabalho” para avaliar o projeto.
Ana Abrunhosa referiu ainda que a viabilidade do projeto não abrange apenas a dimensão económica e financeira, mas também as suas componentes técnicas e ambientais.
“Obviamente que temos muitos passos a dar pelo caminho. Tecnicamente pode até ser um caso de estudo. Estes estudos são imprescindíveis para nós termos sustentabilidade para se começar a trabalhar no projeto”, frisou.
Benefícios totais de 84,2 milhões de euros
A ministra realçou ainda que este investimento, de 75 milhões de euros, irá trazer também benefícios, de valor muito superior, para a atividade turística neste território.
“Esperamos que este projeto venha tornar mais sustentáveis as várias atividades e venha contribuir para a coesão territorial nestes territórios”, acrescentou.
O estudo, agora apresentado, aponta para uma estimativa global de custos na ordem dos 75 milhões de euros, dos quais 60 milhões de euros serão destinados à obra de reabilitação, 3,5 milhões de euros para projetos e 11,2 milhões de euros para fiscalização e estaleiro.
Revela ainda que os benefícios totais são de 84,2 milhões de euros e que o troço reaberto irá gerar importantes impactos no setor do turismo (hotelaria, restauração, transportes), permitindo mitigar a tendência de decréscimo da população residente.
22 municípios beneficiados
O projeto tem uma dimensão regional, com impactos económicos principalmente nos municípios diretamente servidos por este troço, designadamente, Figueira de Castelo Rodrigo, Vila Nova de Foz Côa, Torre de Moncorvo e Freixo de Espada à Cinta, mas que se estendem a todo o território do Douro e vários outros concelhos da região Centro, num total de 22 municípios beneficiados.
A reabertura deste troço da Linha do Douro representa ainda uma redução do tempo de viagem em cerca de 30 minutos, quando comparado com a alternativa rodoviária existente.
Recorde-se que a Linha Ferroviária do Douro liga atualmente o Porto ao Pocinho (171,522 quilómetros), tendo sido desativado, em 1988, troço entre o Pocinho (Vila Nova de Foz Côa) e Barca d’Alva (Figueira de Castelo Rodrigo).