Falando em Faro, no encontro sobre a Europa que fechou o dia de campanha no Algarve, na quarta-feira, onde também intervieram Isilda Gomes e João Soares, a número um da lista socialista fez um apelo à mobilização e pediu “que ninguém deixe iludir”.
“Nas últimas eleições legislativas muitas e muitos se iludiram”, observou Marta Temido, aludindo ao que tem sido a recente governação do PSD/CDS, com políticas que, afinal, são só para beneficiar alguns.
“Não se deixem enganar, é mesmo muito o que está em jogo”, afirmou.
Marta Temido advertiu para todos os ataques que têm sido feitos “às minorias, de xenofobia, à homofobia, de misoginia”, sem esquecer a questão da interrupção voluntária da gravidez, que voltou a estar “na agenda” do “que pode estar em causa nestas eleições”, na Europa e em Portugal.
“Há por aí quem diga que este direito deve ser ponderado porque não é um direito sozinho. Pois claro que não é um direito sozinho, não há direitos sozinhos, a questão é como é que nós equilibramos direitos em conflito”, disse, numa referência implícita ao candidato pela AD, Sebastião Bugalho.
A resposta que deve ser dada, vincou, não pode ser nunca “à custa da vida de mulheres”. “E nós sabemos que é a isso que nos leva, é a esse drama, a essa chaga, que nos leva qualquer recuo nesta matéria”, alertou a também antiga ministra da Saúde.
“Ainda sou da geração em que a IVG não era permitida neste país. Não foi assim há tanto tempo. Há muitas coisas que nós sabemos que quando damos por garantidas estamos em risco de começar a perder”, advertiu a candidata socialista.
Num discurso elaborado à volta do simbolismo da bandeira da União Europeia, que fez 38 anos que foi hasteada pela primeira vez, como lembrou, Marta Temido fez, por isso, um apelo para que até às eleições de 9 de junho se mobilize toda a gente para o voto.
“É preciso agarrar o destino pelas mãos e não deixar de tomar parte no desenho do futuro da União Europeia”, conclui a cabeça de lista do PS.