A crise inflacionista “exige do Governo uma ação concreta e um acompanhamento muito próximo da evolução da realidade económica e social do nosso país”, frisou João Torres, em declarações à comunicação social na sede nacional do Partido Socialista, asseverando que “quando os portugueses mais precisam do Governo, quando os portugueses mais precisam do PS, o PS diz presente e isso ficou absolutamente comprovado com o anúncio que o primeiro-ministro teve oportunidade de fazer ao país”.
O Secretário-Geral Adjunto socialista saudou em seguida o “alcance e a extensão” das medidas: “Efetivamente, estas medidas abrangem todas as gerações e abrangem também toda a classe média. Estamos a falar de medidas de valorização dos rendimentos e de outras medidas de que todas e todos os portugueses poderão beneficiar”.
“O PS reforça assim o seu estatuto, reforça assim o seu compromisso para com todas e todos os portugueses e, em particular, com os mais vulneráveis, mas também com as classes médias”, congratulou-se.
Para João Torres, “é nos momentos de turbulência e de incerteza que compete às instituições, ao Estado e naturalmente também ao Governo e aos partidos políticos induzir uma mensagem de esperança, de confiança e de segurança”. “Assim fomos capazes de o fazer coletivamente durante a pandemia e assim estamos a ser capazes de o fazer hoje, mostrando que o Estado, o Governo e, neste caso também o Partido Socialista, estão atentos à evolução da conjuntura económica e social”, vincou.
Por todos estes motivos, as medidas anunciadas por António Costa “têm um caráter absolutamente histórico, somando-se também aos montantes que já foram mobilizados durante o ano de 2022 para poder mitigar a crise inflacionista”, asseverou João Torres.
PSD tem de esclarecer contradição
Relativamente às críticas feitas pelos social-democratas, o dirigente socialista notou que “o PPD/PSD adotou uma posição ambígua sobre as medidas que o Governo anunciou. Entre criticar o Governo por iludir os pensionistas – o que não corresponde à verdade – e acusar o Governo de, no essencial, copiar as suas medidas, era bom que esclarecessem se concordam ou não com as oito medidas de apoio que o primeiro-ministro anunciou”.
“No que diz respeito aos pensionistas, em primeiro lugar seria importante fazer um exercício sobre aquilo que o Governo anunciou, a mobilização de uma meia pensão para todos os pensionistas sujeitos à atualização de pensões no nosso país face àquela que era a posição do PSD”, disse João Torres, que salientou a diferença da “marca de água” das medidas apresentadas por António Costa, “naturalmente merecendo o apoio do Partido Socialista”, e daquelas apoiadas pelo PSD.
Ora, “as pessoas, em particular os pensionistas, terão direito a uma meia pensão extraordinária e poderão dedicar esse montante – à semelhança dos montantes que serão mobilizados para os trabalhadores – da forma que assim o entenderem, sem paternalismos e sem perspetivas de caridade em relação ao momento que atravessamos”, esclareceu.
O Secretário-Geral Adjunto do PS realçou depois que, “quer com o apoio que se terá dinamizado em outubro, quer com a atualização de pensões que acontecerá no próximo ano, não haverá poder de compra perdido por parte dos pensionistas”.
E deixou uma certeza: “Nenhum português perdoaria se o Governo adotasse medidas que pudessem colocar em causa justamente a segurança e a estabilidade do país no que diz respeito à trajetória de consolidação orçamental”.
Garantindo que “estas medidas não foram tomadas de ânimo leve”, mas sim “com um claro intuito de apresentar uma solução robusta aos portugueses”, João Torres defendeu que “o PSD tem de esclarecer essa contradição entre dizer que há aqui uma ilusão e há aqui uma espécie de cópia ou mimetização das propostas que apresentou ao longo das últimas semanas”.