Na visita que efetuou ao início das obras de construção de uma residência universitária e de um centro de investigação do Instituto Politécnico do Cávado e Ave (IPCA), em Barcelos, distrito de Braga, o primeiro-ministro, que estava acompanhado pela ministra da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior, Elvira Fortunato, depois de considerar como tarefa nacional a obrigação de colocar no ensino superior, até 2030, mais de metade da população jovem, elogiou o “papel extraordinário” que o ensino superior politécnico tem vindo a desempenhar na qualificação dos portugueses.
De acordo com António Costa, foi o “grande investimento” que o país foi capaz de fazer nas últimas décadas quer em investigação, quer em desenvolvimento (I&D), esforço que Portugal, como acrescentou, “tem de continuar a fazer”, que permitiu “reforçar a nossa competitividade” e abrir novas perspetivas para o futuro do país e dos portugueses.
Garantiu que o Governo do PS está atento a todos os pormenores, também à necessidade de reforçar a oferta de mais alojamentos estudantis, lembrando a propósito que, entre 2021 e 2026, a oferta de residências universitárias passará das atuais 157 para 246, e de “15.073 para 26.868 camas”, números que representam “um reforço de 78% na capacidade atualmente instalada”.
Doutores nos politécnicos
Noutro passo da sua intervenção, António Costa citou a legislação recentemente aprovada na Assembleia da República, que veio permitir aos institutos politécnicos conferirem também o grau de doutores, prerrogativa até então apenas reservada em exclusivo às universidades, elogiando a articulação que tem havido entre o tecido empresarial e o Instituto Politécnico do Cávado e Ave, considerando que o bom desempenho de ambos tem sido determinante para o desenvolvimento da região.
Se a aposta no ensino, designadamente no ensino superior, não tivesse tomado o rumo de prioridade, apesar do muito que ainda falta fazer, como lembrou António Costa, Portugal estaria condenado a muito curto prazo à mediocridade e a um futuro problemático, que em nada possibilitaria aos mais jovens ambicionarem a integração no mercado de trabalho com melhores remunerações.
Nas palavras breves que proferiu no início da visita às obras de construção da primeira das duas residências universitárias a construir em Barcelos, o primeiro-ministro tinha já feito uma referência à candidatura aos fundos do PRR por parte do IPCA que, entretanto, como lembrou, foi aceite no âmbito do Plano Nacional para o Alojamento no Ensino Superior. Dois equipamentos que, insistiu, quando concluídos, vão permitir retificar ser o IPCA a única instituição de ensino superior público do país sem residência para alunos.