Qualificação, inovação, valorização dos recursos e do território
Na interpelação ao Governo sobre a estratégia para o desenvolvimento de Portugal na próxima década, Pedro Marques referiu que estas quatro agendas “visam responder aos principais constrangimentos ao desenvolvimento do País”, resultando a sua definição da audição “de um vasto conjunto de entidades”, representativas dos sectores económico e social, da academia, das autarquias, das regiões autónomas, entre outros.
Competências e qualificação
A primeira grande agenda prioritária, a da colocação das pessoas no centro da estratégia de futuro do país, pretende, segundo explicou o governante, “promover uma sociedade mais inclusiva e menos desigual, respondendo aos desafios demográficos, mas concretizando igualmente o forte investimento na melhoria das qualificações da população”.
O ministro advogou que devem ser reforçados “o combate ao abandono escolar e a promoção do sucesso escolar”, preparando as gerações mais novas “para um mercado de trabalho que requer novas competências”. Será também necessário, acrescentou, “melhorar as qualificações da população adulta, que não pode ficar excluída do processo de modernização e digitalização da economia”.
“Só com uma mão-de-obra qualificada podemos incrementar a inovação, nomeadamente a inovação disruptiva, que é hoje um dos principais vetores do desenvolvimento económico”, acentuou.
Inovação e conhecimento
A transformação da economia por via da digitalização e da incorporação do conhecimento nas empresas, prosseguiu Pedro Marques, traduz a segunda agenda prioritária, articulada em três dimensões: inovação empresarial, reforçando a ligação com o meio académico e científico, inovação no capital humano, dirigida à formação avançada e especializada, e inovação na qualificação das instituições, promovendo a simplificação da relação do Estado com os cidadãos e as empresas.
Sustentabilidade e valorização dos recursos endógenos
A terceira agenda temática, referiu o ministro, assenta na necessidade de “valorizar e explorar as potencialidades do território, seja na utilização do potencial nacional de produção de energias renováveis, reduzindo a dependência energética, seja no desenvolvimento do potencial agrícola ou na prioridade à floresta, enquanto grande recurso que urge proteger e explorar”, seja ainda no aproveitamento do “enorme potencial económico” dos recursos estratégicos do mar.
“Queremos, também, promover a descarbonização da economia, o que passa, necessariamente, pelo desenvolvimento de sistemas de mobilidade sustentável e de logística inteligente, aliados à promoção de territórios e urbes mais eficientes, condições essenciais para o combate às alterações climáticas”, acrescentou.
Desenvolvimento do território
Por fim, realçou Pedro Marques, a quarta agenda temática visa promover um território “competitivo externamente e coeso internamente”, potenciando a competitividade das redes urbanas, projetando o país a partir da faixa atlântica e aproveitando o potencial geográfico e económico das regiões autónomas, sem esquecer o desenvolvimento dos territórios de baixa densidade, melhorando a cooperação transfronteiriça e a ligação ao mercado ibérico.
Perante os deputados, o ministro do Planeamento sublinhou ainda que o objetivo do Governo para o Portugal 2030 é “construir o mais amplo consenso em torno da estratégia para Portugal na próxima década”, acrescentando também que o Executivo pretende “convocar o melhor da sociedade portuguesa para refletir sobre o Programa Nacional de Investimentos”, um instrumento que afirmou ser essencial para a concretização dos objetivos estratégicos do país.