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Qualificação dos portugueses é elemento estrutural

Qualificação dos portugueses é elemento estrutural

Criticar as mudanças operadas na área da Educação, confundindo bom senso com imobilismo, é próprio de quem “apresenta uma visão conservadora do país”.

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Qualificação dos portugueses é elemento estrutural

Ao intervir, em Aveiro, no encontro “Que escola para o século XXI?”, organizado pelo Secretariado Nacional e pelo Grupo Parlamentar do Partido Socialista, o ministro Tiago Brandão Rodrigues lamentou que ele e o ministério que chefia sejam criticados por entender a educação como “a única forma de lutar contra o conservadorismo”.

“A nossa política, em que acreditamos, é uma política progressista, apoiada não só pelo PS como pelos outros partidos que apoiam o Governo”, vincou o titular da pasta da Educação, explicando que as novas políticas do PS para o sector não poderiam continuar a ser as que foram seguidas nos últimos anos, devido a diferenças substanciais de conceitos.

“A Educação nunca será um ónus lateral e é absolutamente central nas prioridades do Governo. A Educação, para nós, nunca será vista pelo conceito de uma despesa não reprodutiva, nem os docentes são vistos como os principais inimigos do sistema educativo”, afirmou, advogando de seguida “um verdadeiro entendimento social, que possa ir além da legislatura”, conforme propõe o Programa Nacional de Reformas, “em que a qualificação dos portugueses é um elemento estrutural”.

Para o ministro da Educação, “a escola merece e necessita de pacificação, recursos, planeamento, autonomia e reconhecimento social e institucional, que são fundamentais para que possa realizar a sua missão”.

Por isso, apontou, “a ideia é ter um serviço nacional de educação, um verdadeiro serviço público de proximidade, em que o sucesso escolar seja o intuito primário e único de todos os que vão para a escola e onde todos os que acedem a esse serviço possam aprender, independentemente do contexto social dos que a ela acedem”.

A propósito da inovação tecnológica nas escolas, Tiago Brandão Rodrigues garantiu que ele e a sua equipa ministerial estão empenhados em desenvolver uma estratégia de modernização pedagógica, assente na produção e disseminação de recursos educativos digitais.

“É importante também perpetuar essa utilização, no ensino presencial e a distância, com recursos que possam também ser utilizados no contexto familiar e fora da sala de aula”, pontualizou, acrescentando ser preciso pensar na desmaterialização dos manuais escolares.

Adiantou depois um novo conceito segundo o qual “um manual escolar digital não é um PDF do manual, mas um novo conceito interativo”.

Outro projeto em desenvolvimento, disse o ministro, consiste no armazenamento “em nuvem” de material pedagógico, de que depois os alunos possam fazer o download, para servir toda a rede escolar.

“A inovação não é apenas um reforço ou modernização do hardware”, advertiu Tiago Brandão Rodrigues, afirmando ser urgente “muito mais do que isso”.

“Tem de se traduzir em ganhos de aprendizagem e contribuir para estratégias integradas de enriquecimento curricular, em diálogo com as escolas que se devem apropriar dessas inovações, porque a verdadeira inovação é feita pelos professores”, rematou.