Alexandra Leitão considerou, em declarações à comunicação social, que o discurso de Luís Montenegro foi de “anúncios e mais anúncios”, que são feitos “mesmo antes de qualquer tipo de avaliação sobre os outros anúncios que já foram feitos e que estão em execução”.
Acusando o Governo de estar em “permanente campanha eleitoral”, a líder parlamentar do PS apontou o exemplo do plano para a educação já anunciado pelo executivo, em que ir “buscar professores aposentados não deu resultado”, tendo o país continuado a ter “dezenas de milhares de alunos sem aulas”.
“Antes mesmo de esse outro anúncio estar minimamente executado, temos aqui este domingo um anúncio que, no seu geral, representa o que já sabíamos sobre o PSD: é um partido que só tem social-democrata no nome”, criticou Alexandra Leitão, referindo-se à medida anunciada pelo primeiro-ministro de tirar as “amarras ideológicas” à disciplina de Cidadania.
Já em matéria de serviços públicos, o PSD quer “tirar do público para dar ao privado”, lamentou a dirigente socialista. Luís Montenegro fez “um anúncio que, já agora, para quem quer tirar amarras ideológicas, é profundamente ideológico ele próprio, quer do ponto de vista do que aparentemente se pretende fazer na disciplina de Cidadania, mas também muito ideológico quando quer retomar o financiamento aos privados”, salientou.
“Continuamos a ter este processo de retirar recursos ao público para pôr no privado, é a política da direita. O que assistimos este domingo é a confirmação de que esta é a política do Governo”, vincou.
A presidente da bancada do PS notou ainda a ausência do interior, da coesão territorial e da habitação do discurso de Luís Montenegro, algo que dá a entender que o PSD “enterrou definitivamente a regionalização”.
Questionada sobre os anúncios feitos na área da segurança, Alexandra Leitão defendeu que “a aliança que apoia o Governo está a tentar apropriar-se do discurso da extrema-direita e uma das áreas em que o está a fazer é na segurança, a outra é na imigração”.