O debate na generalidade do Orçamento do Estado para 2024 “já teve um mérito, porque já ouvimos o líder parlamentar do PSD reconhecer que quando a direita governa, aumenta os impostos, e também já ouvimos o líder parlamentar do PSD reconhecer, ao fim de tantos anos, que estamos a crescer acima da média da União Europeia”, salientou o dirigente socialista.
Para o também Secretário-Geral Adjunto do Partido Socialista, “este é um dado muito relevante”, porque o maior partido da oposição tem habituado o país a uma certeza: “Aquilo que a direita diz não se escreve”.
“Primeiro, há muitos anos, falavam do salário mínimo nacional. Anunciavam que, se aumentássemos o salário mínimo nacional, traríamos para Portugal o diabo. Não veio a acontecer. Depois disseram, bem mais recentemente, que cortaríamos as pensões e, de alguma forma, estaríamos a cortar mil milhões de euros no crescimento futuro das pensões. Não foi isso que aconteceu”, lembrou.
Asseverando que “não há nenhum partido que, em Portugal, tenha feito mais pelo rendimento dos pensionistas do que o Partido Socialista”, João Torres acrescentou que no debate desta tarde se assistiu a “uma coisa extraordinária, que foi uma referência ao IVA zero, medida que nem sequer foi acompanhada por um voto favorável por parte do PPD/PSD”.
O vice-presidente do Grupo Parlamentar do PS recordou, pois, o que disse o líder da oposição no dia seguinte à entrada em vigor desta medida: “Foi visitar estabelecimentos de comércio e retalho para dizer que essa medida não teria qualquer impacto junto dos portugueses”.
“E agora dizem outra coisa extraordinária que é que este Orçamento do Estado para o próximo ano promove um brutal aumento de impostos”, mencionou. Ora, voltando à ideia inicial, João Torres reafirmou que “o que o PPD/PSD diz não se escreve”.
“O que é mais dilacerante é o PSD não ter compreendido a nossa estratégia de desenvolvimento económico e social desde o final de 2015, uma estratégia baseada no reforço das qualificações, no reforço da inovação e mais e melhor emprego”, admitiu.
No final da sua intervenção, João Torres garantiu que “desse caminho o Partido Socialista não se afastará”.
